quarta-feira, 30 de maio de 2012

Como conchas


Duas conchas unidas, formam uma vida.
Um dia, a vida se vai. E elas perdem - na teoria biológica - o seu objetivo.
Aparecem na praia; elas, que viviam no fundo do mar.
E com, o tempo, se separam...

Mas não perdem sua essência. Não importa para onde vão...
Se uma delas virará enfeite para alguma pessoa.
Se a outra se destruirá, virando parte da areia, da praia.
Elas sempre serão iguais.
Duas conchas.
Irmãs.

Como conchas nós somos, minha irmã.
Mas, que seguiram o rumo inverso da vida.
Quantos caminhos, nos fizeram desgastadas?
Quantos enfeites nos forçaram a ser?
E, na verdade, sempre estivemos na mesma praia...

E, eis que nos unimos.
Idênticas almas-irmãs.
Uma união que, a distância não consegue afastar. Ainda que demoremos tanto a nos ver, nosso abraço ilusório, virtual, nos une.
E, nesse abraço, montamos uma vida.
Aliás, estamos montando.

Se essa vida sairá de nós?
Quem sabe?
Se nos apartaremos de novo, seguindo a real intenção da vida?
Não sei.
Mas queria eu que não.

A vida só se tornou vida, quando nosso elo se formou.

Amor eterno, minha irmã doce.

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