sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Incontido.

... E, então, em uma noite, em uma semi-escuridão fria, a mão dele alcançou o corpo dela.
Tocou-o bem ali.
Um gemido saiu dos lábios dela.
Ele avançou.
Não era a primeira vez. Houvera outras ocasiões, outros locais e outras abordagens. Mas aquela tivera uma eletricidade diferente, uma aura distinta, de um desejo primitivo, animal.
E foi naquele desespero em que os corpos se encontraram.
O dele, firme e viril. O dela, tenso e submisso.
Os dedos a buscarem caminhos, a reverem os cantos há muito não vistos. A despirem depressa as vestes.
As bocas a assumirem os locais deixados, marcados pelos dedos.
Dentes marcando a pele.
Corpo contra corpo.
Peles coladas.
Fusão. Dor.
Incontida era a vontade. A pressa da entrega.
O som contido das vozes, mas incontido dos tapas.
Os palavrões. Os olhos de fúria e anseio.
Quem era dono de quem?

Enlouquecidos eram os corpos que embarcaram juntos naquele momento violento, ardente. Incontido.

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