sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Que seja um instante, mas que seja eterno.

Antes de qualquer lida, a canção que me inspira.
(a letra virá inserida ao longo do que ponho aqui)



"Eu te perdi de vista
No instante em que te achei
O pouco foi tanto,
Que nunca mais amei..."

Sim, eu lembro do dia em que te achei. Aliás, das várias vezes em que te achei na vida.
Como Tereza, poderia enumerar os sinais que me fizeram crer que estava, irremediavelmente, presa a ti.
Como Olívia, entendi que a minha missão na Terra está em te ajudar na caminhada. Mesmo que não seja premiada por tua companhia presente.
Como tantas mulheres de Atenas, a viver, temer, secar, me entregar apenas ao homem que me foi destinado.
Ou seja: além de qualquer ideologia que eu pregue (e preze), o coração é indomável no desejo de sua submissão.
E como aconteceu, o primeiro toque, o primeiro beijo... Me roubou a noção do tempo e do lugar, me roubou a certeza, me abriu os horizontes.
Como conseguiria dar algo a outra pessoa, que já entreguei a ti?
 
"Flertei com tanta gente
Mandei cartões-postais...
O tanto que busquei
Foi pouco e hoje eu sei:
Você valia muito mais..."

Eu busquei - e busco - novos caminhos. Novas pessoas. Novas formas de controlar o corpo e a alma tomados por ti. Eu sempre tento, eu sempre lembro de mim! Não penses tu que não estou, neste momento, escrevendo só como uma declaração do sentimento que me domina: o desejo de extrapolar, de jogar tudo em palavras (ainda que nunca lidas) é essencial para que eu possa me acalmar e seguir em frente mais limpa.
Mas, não adianta muito as novas buscas. O que sinto é muito maior, é muito mais do que eu deveria conceber. Só que veio, e não posso impedir que ele venha. Como as marés do oceano.
Vales mais do que todos os jeitos de sossego que posso ter.

"O amor não sabe ler
Distância de um lugar
E o que não pude ter
Reclama sem parar..."

Sim, a distância é obstáculo. As dúvidas, o egoísmo, a tentativa (por vezes cruel) de te protegeres do mundo: tudo isso são obstáculos. Eu não peço que venhas atrás de mim. Nunca pedi. Nunca me atreveria a ser tão atirada - meu orgulho é mais forte. Admitir isso é uma coisa inédita para mim.
Já lutei muito, já chorei e já tentei te apagar de mim. Creia que tudo o que eu podia fazer eu já fiz.
Só me resta te mandar energias positivas. E que você as receba; são as melhores coisas que posso mandar a alguém. São o meu melhor.
Receba como se aceitasses o meu amor, que não enxerga limites, nem caminhos tortuosos. E reclama por tua paz, teu sorriso - ainda que nunca eu possa vê-lo.
 
"O tempo que perdi
É mais do que eu vivi..."

O tempo que tanto vejo, com quem tanto briguei, com quem tanto me meti a resistir, hoje não é meu amigo. Porque o perdi. Perdi chorando a tua falha (será mesmo tua culpa, tão somente? Não acho...), os obstáculos já citados, a desesperança. E hoje, sei que não posso fazê-lo. Se eu chorar, que seja de uma saudade boa, sem cobranças ou arrependimentos. Se eu sofrer, que seja por sentir seu sofrer em mim. Mas, te juro: não vou me entregar à dor. Vou sobreviver, arder, triunfar, sorrir.
Porque, já me dissesses um dia: estou em ti.
E essas palavras suplantam qualquer coisa ruim que digas.
Farei do tempo meu amigo de novo. Serei serena e paciente. Feroz e constante em meus propósitos. Leal e justa aos que precisarem de mim. Me farei forte, para que, se um dia nos encontrarmos, possas notar isso.
Se. Tudo se baseia em uma subordinada adverbial condicional.
Condicional do tempo, do destino e do teu querer.
Ao meu modo, eu já te espero desde o tempo em que não sabia de tua existência. Te amei nos olhos de outros, amei tua forma desenhada em outras pessoas. Tu unistes tudo o que buscava, fostes o ápice. E, do ápice, a gente nunca escapa - nem pode descer tão facilmente.
 
"E na minha cabeça
Por doida que pareça
Um dia vou morrer por ti..."

Sim, a verdade é esta: Minha vida é tua, está nas tuas mãos.
Sei que um dia morrerei por ti. 
E estou conformada e feliz por esta sorte que me foi dada.
O Destino é visível àqueles que o aceitam como marca, e os que estudam-no sem medo.
Eu te verei nos sonhos. Te dedicarei minhas orações.
Te buscarei o viver nas cartas, te mentalizarei em minhas horas mortas.
E viverei, além disso. O melhor que eu puder.
Mas, lá dentro, eu tenho a certeza de que nos encontraremos de novo. Nem que seja por um instante. Mas que este instante, minha estrelinha... Que seja eterno.
Até qualquer dia.


(Canção: Instante Eterno - Ivan Lins)

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