Muito prazer!
Pode me chamar de Thaís.
Ou de Thatai, Soledade, Sol, Thai, borboleta, moleca lunar, moleca trapo, menina camaleão, Duanna, Thaizinha...
Tenho nomes para todo o canto e todo gosto.
Mas, por trás de todas elas, aqui estou.
Uma pessoa que tem muitas palavras na ponta dos dedos, mas nem sempre as certas para usar em si... Ou seja, nunca me peça uma definição correta, ela não existirá - se esta depender apenas de mim e da minha dificuldade em traduzir-me resumidamente, de forma direta, clara e calculista. Me peça qualquer coisa, que eu fale de algum assunto tolo ou inteligente, e eu me esforçarei para ser do jeito que esperam que eu seja, tal qual o protagonista do "Pequeno Príncipe"; mas eu não consigo ainda a graça de ter uma definição perfeita. Só rasgos, entremeados de hiatos e perguntas sem respostas.
Um projeto de gente, que se descobriu na vida como uma eterna aprendiz, humana e instável. Poucas coisas em si são constantes, mas essas são partes essenciais de si. A música, a poesia, a arte, a paz, a sinceridade, a energia... Tem coisas e coisas, não consigo dizer. Não sei falar bem de mim, em muitos casos.
Sou uma menina que é meio gordinha, meio normal. Que tem olhos castanho-escuros grandes, que minha mãe chama ironicamente de "olhinho de japonês". Que tem um cabelo que já mudou tanto de penteado e estilo, só não perdeu a sua cor castanho-escura, pois morro de medo de tintura. Que tem um rosto que não é feio, e que, vez ou outra, pinto.
Que ama roupas escuras, brancas ou mesmo cor de rosa. Mas meio difícil de se definir em estética de moda. Muda de estilo diariamente: dark, hippie, esportiva, social... Nunca fashion, admito. Mas instável.
Assim como eu. Sou cheia de humores, e vario muito. Numa hora sou euforia, noutras tristeza, noutras solidão, noutras sou o mundo inteiro.
Um poço de contradições.
Enigmática. Misteriosa. Complicada. Esquisita. Já arrumei tantos adjetivos pelos outros que nem mais me incomodo. Sim, eu sou isso mesmo.
E um pouco mais.
Muito mais.
Sou mais do que a cara. Sou um quebra-cabeça putz complicado. Desses que ainda faltam peças. Mas, quando se monta, por vezes é uma boa imagem.
Sou o vento que bate em meus cabelos. Sou o doce, o biscoito de morango, o iorgute de graviola, o H²O de qualquer sabor, o suco de maracujá e outras doçuras esquecidas no tempo e espaço. Sou o Lithium, o Hurricane, o Time After Time, o Ludo Real, o Lero-lero e tantas outras músicas que atingem meus ouvidos. Sou a imagem, o mundo de filmes, novelas e programas que viajam por minhas retinas. Sou o calor e o frio sentido em minha pele, o arrepio causado por um medo ou um desejo. Sou as insanidades mescladas à minha voz. Sou o meu sexto sentido que, vez ou outra, funciona perfeitamente. Sou a minha sensibilidade, que é exageradamente aguçada, pelo mundo e pelas pessoas. Sou a busca por um Deus que ainda não achei de todo, mas que tou tentando... Um dia, eu chego lá - ou, pelo menos, espero e creio.
Sou um sei-lá-o-quê, que existe - não me pergunte motivos. Mas existe. Ou melhor, resiste bravamente à si própria. Sou transparente, apesar de tudo: quem me conhecer, quem saber olhar bem nos meus olhos, saberá quem sou, o que quero e como estou. Não sou difícil de ler, mas me faltam páginas, que estão sendo reescritas, recontadas. Uma tarefa longa e árdua, que nunca termina - nem quando chegar o esperado último suspiro.
(não se assustem, meu amados...Falo da morte que virá, mesmo que eu não queira. Prefiro ser sincera e aguardá-la vivendo)
Coração errante, selvagem, apaixonado aos extremos. Tolo, mas que se divide entre a clássica disputa do bem e do mal (ainda que estes conceitos me sejam meio dúbios). Que conhece um amor incondicional, sem limites; mas que aprende a ser real, e a viver de acordo com o que ela tem, e não o que ela deseja. Sabe como é...Quando a gente não tem o que ama, ama o que tem. Uma frase forte e que é um exercício diário para esta pessoa que vos digita.
Uma apaixonada por fotografia, por autoretratos e por definições visuais (pq em palavras...). Caminha neste mundo sem certeza alguma do que está esperando por ela no virar de uma esquina, no dilema de uma encruzinhada; mas que ocorre de, uma vez na vida, arriscar-se sem medo (quer dizer, um pouquinho...). A única coisa certa: o caminho acabará, a qualquer momento. Pode ser daqui a um segundo, ou a uma década. Mas o fim da estrada ali está, prontinha, para ela.
Um mosaico. Sonhos, sentidos, significados, surrealidades.
E que é feliz. Não me pergunte como é isso, mas ela o é. Uma vez ou outra, uma distração do destino, um desvio de percurso, não sei... Mas tem dias que vejo a felicidade como um arco-íris... Ligeirinho, mas belo e intenso, no meio do sol e da chuva. Ou seja, na confusão de mim, sobra um pouquinho de felicidade.
Feliz em coisas mínimas. Um sorriso, uma palavra bonita, uma lembrança, um objeto, uma descoberta...
E é isso.
Uma descrição longa e confusa, não?
Eu disse... Não sou de adjetivos resumidos. E nem sei se fui sincera.
Isso, de alguma forma, sou eu.
Para os outros, trocentas.
Para mim, tudo isso.
Ser eu mesma, do jeito que for, me basta.