domingo, 15 de junho de 2014

Não devia, mas sinto. E também não sinto.

Hoje, pleno 12 de junho, revi velhas fotos. Abri cartas para nós. Pensei. E muito pensei em você.
Estava tranquila, não mais lhe deixando figurar em meus escritos. Pelo menos os que remetem à prosa: a poesia usa-se de vários modelos, até os intocáveis.
Mas, hoje, você me obrigou.
Há dias penso em você. Desde que contigo sonhei e, desse sonho, ficou na mente a imagem da sua mão sobre a minha. Tão vívida imagem que me inquietou.
E nos dias que seguiram, eu te vi nas ocultas.
Eu vi fotos, ouvi as canções que estavam no teu perfil virtual, vi possíveis mulheres que estariam figurando em sua vida amorosa. Talvez. Mas eu sou meio que adivinha no que tange à sua pessoa.
É uma ligação estranha, mais forte do que eu.
Não é amor, eu sei agora. Não pode ser amor. Por mais que tudo espere e suporte, não acredito em eterno com essa força, ou suficiência toda, para justificar este sentimento sem futuro, sem profundidade além do passado.
Mas, o que seria? Porque é fácil ser indiferente longe. É só você tocar que o Capitão Nascimento dentro de mim já alerta que "isso vai dar merda". É só você chegar mais que eu não ofereço resistência. Ou melhor: eu até tento não me importar, mas é por você que eu anseio - mesmo sabendo que amanhã é outro dia, são outras pessoas, são outros quinhentos.
E fica aqui, reservado, abaixo de toda a tentativa de ser a garota que todos esperam (e me decepcionando nessa premissa), abaixo de toda a luta para ser alguém (e essa luta é minha, é a maior alegria que possuo), essa sua imagem, sua voz, seu jeito. Fica em uma espera prudente, em uma emoção camuflada por outras...
E o que eu sei do futuro? O Templo de Afrodite me abriu o conselho. E sei que nada será perfeito. Nunca foi e nunca será. Mas eu sei, eu sinto e também não sinto.
As fotos não negam a minha entrega. E ela não mudou, mesmo depois de todo este tempo.
Entrega essa que, meio que esperando e meio que querendo evitar, me atinge em pleno dia dos namorados na melodia suave de um Fábio Jr.
Entrega essa... Que será possível no momento em que sua pele encostar na minha.
Pode ser - e não é - amor, que fique muito bem claro. Mas pode ter certeza também de que o meu corpo - essa massa moldada sob o calor dos teus dedos; que, mesmo não mais puro, conheceu o fogo quando moldou-se no seu por um momento fugaz...
Sim, este meu corpo cativo por certo nem lembrará deste "pequeno" detalhe. E não será possível voltar atrás.

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