terça-feira, 4 de janeiro de 2011

O dificil ato de escrever


Escrever não é só uma questão de atitude – é trabalho duro.

Escrevi aqui, uma versão modificada do que Alice Sebold escreveu no livro “Sorte”, dito pela sua então professora e poetisa Tess Gallagher (a diferença é que, ao invés de “escrever”, ela disse “poesia”, mas trés bien), quando um aluno disse que só conseguia escrever quando estava com sentimentos para isso. E escrevi como uma questão até de inspiração para mim.
Até porque eu escrevo muito quando estou com os ventos favoráveis. O que é um erro quando o assunto é escrever.
E percebo que ela, a Tess, está certa. Não é pelo fato de eu amar, de eu ter meio que nascido com o dom de colocar as palavras num papel de uma forma até mais bonitinha, de eu ser uma figurinha interessante nas redações; não é por isso que eu estou realmente em forma na minha escrita. Vejo blogs cuja forma de escrever me fascina – porque eu não posso ser como eles? Muitas vezes, eu até acho que não sou lá essas coisas quando o assunto é escrever: sou apenas uma menina comum que faz um blog comum e que tem, como uma marca, escrever quase que cotidianamente. Mas isso também é muito comum.
Pergunto-me: o que há de especial em minhas palavras?
Na verdade, não sei. Às vezes, fico encantada quando ouço, ou leio um elogio de um amigo/ conhecido/ seguidor – é como se cada rasgo de criatividade me valesse a pena, cada arroubo fosse útil não só para mim, mas para quem lê. Mas, em outras vezes... Para uma pessoa que sonhava em ser uma escritora, será mesmo que estou sendo uma pessoa capaz de escrever à sério, para valer? É uma coisa bastante difícil, bem complicada, e que gasta um horror de tempo. Mas, se eu quero, realmente, a auto superação; nada mais justo que eu me supere em algo que eu acredito que é o melhor em mim: as palavras.
Nos últimos dias, tenho me forçado a escrever. Nem sei a razão real de tanto digitar (pelo menos enquanto o note tá dando sinais de funcionamento). Paro um pouco para comer, para atender meus pais (que tão de férias), para dar uma espairecida, ou para colocar tudo isso que escrevo aqui (é, a net aqui de casa ainda tá problemática mesmo!). Paro também para o próprio blog, para criar um planejamento para o espaço, para as colunas, para a meta que quero alcançar no blog este ano, já que – muito em breve – ele completará 4 anos de existência. Tudo isso toma meu tempo, faz passar estes dias que se arrastam em nada e mais nada. É o processo complicado dos pós-feriados de fim de ano; demora tempo para que a rotina do novo ano se torne um processo natural. Por enquanto, a rotina existe – mas ainda com aquele arzinho de Ano-Velho.
Tem muita coisa passando por minha cabeça, e tento jogar tudo aqui. Nas palavras. Não só a necessidade da expressão, mas a vontade de praticar e praticar muito, para alcançar uma plenitude, a de escrever com a liberdade daqueles que escrevem como se vivessem pra isso. Sem tabus, sem brancos, sem entraves, sem arroubos, sem perder o rumo. É uma meta, entre as muitas metas que tenho este ano. Mas essa é uma meta que não tem data para acontecer, não tem a necessidade de urgência... Mas que é necessária para que eu possa ser eu mesma. É louco, mas quem disse que eu sou sã?

Por tempos, eu queria ser meio viajada. Ou muito hilária e criar posts que façam rir. Ou que lhe despertem, meus leitores, uma vontade imensa de entrar nas histórias e voar junto de quem escreve. Mas, esta não sou eu; e busco uma identidade para o tipo de escritora que eu vou ser. Nem uma intelectual, nem uma viajada... Apenas eu mesma.
É nisso em que eu quero me focar, é desse jeito que quero formar meu espaço.

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