quinta-feira, 5 de agosto de 2021

A VIDA DA GENTE, PELA SEGUNDA VEZ (parte 2): Hora de falar dos coadjuvantes desta bagaça.





Ontem comecei a falar sobre a novela da logo acima... Mas, como desandei a falar sobre a questão principal - vulgo o fato que a trama era de um AMOR DE IRMÃS e onde o homem tava mais pra troféu que para ser humano, coisa que até as torcidas na Internet falavam - eu segurei a onda, o post ia ficar muito longo e tenebrosamente embolado de coisas ao mesmo tempo. Por isso, vou escolher ALGUNS coadjuvantes daqui e tecer algumas considerações sobre eles:

ALICE: Essa menina é o arauto do caos, só pode. Na primeira fase, a aparição dela diante da mãe biológica ajudou no fim do casamento dela. Mal encontrou o pai, botou o cara, sem saber, pra balançar a união dos pais adotivos. Isso sem contar que ela foi um dos motivos pra Ana não abortar nem abandonar a Júlia ao nascer. Onde a Alice passa, pode ter certeza que vai ter uma rachadura perto.
Mas, francamente, ainda acho um dos melhores trabalhos da Stefany Brito na Globo.



NANDA: Eu gosto da Nanda porque é um perfil bem comum: a debochada amparada no dinheiro do pai. A atriz que faz a personagem se estabeleceu em tipos que atraem ranço em algum momento da história - e Nanda é aquela pessoa onde se tem ranço e entendimento das limitações que ela tem desde sua criação, que justificam sua forma de pensar. Gosto mais especificamente de como ela cresce na luta para terminar de criar o enteado e conseguindo construir uma vida sem a mesada do pai. Afinal, os boletos não se pagam sozinhos...



LOURENÇO: Esse aí só me lembra um trecho de Sérgio Buarque de Holanda (em amarelo):


porque é bem a cara dele. Intelectual que pensa mais nas ideias intelectuais dele do que as pessoas... A única coisa mais positiva que tem é que ele é bom conselheiro, assim como a CELINA, que já vou acrescentar colada porque ali se mereciam... Pelas coisas que eles queriam, se expuseram a caminhos tortos - mas, em essência, eram o casal mais alinhado dali. Não era um casal que eu torci apaixonadamente, mas eles eram parte da novela, da liga que dava algum up nos capítulos, como as imersões da Celina atrás de um pai para o filho dela.


MARCOS: Se tem uma coisa super elogiável do cara, mas elogiável MESMO, é a atuação do Ângelo Antonio, dando ao personagens aquelas expressões de "cara de cachorro morto" e voz mansa para fazer com que o Marcos ficasse ainda mais insuportável. O típico cara encostado, que viveu sob a tirania da ex e quase acabou com o a Dora tinha, tentando o ajudar, foi considerado por muita gente o pior dos caras ali - e eu concordo. Os delírios de grandeza do cara, que tava desempregado, pressionado a pagar pensão para as filhas e vivendo com uma mulher que não tinha uma situação financeira melhor que a outra - em suma, era um lascado - são de entupir as veias de tanta inutilidade. Beleza, ele tem a vantagem de cuidar bem das filhas. É, pelo menos isso, pelo menos... Nem isso, porque nem por conta delas ele se presta a arrumar um emprego e se estabilizar na vida. 



VITÓRIA: Agora, falar mal do Marcos não vai me impedir de considerar a Vitória MUITO PIOR DO QUE ELE. E falo sério, porque a Vitória era melhor sucedida profissionalmente, mas incapaz de respeitar quem passasse na sua frente, usando TUDO a seu favor. Tá grávida? Abandona a filha e faz questão de esquecer. O marido é um banana sem futuro? Bom, assim eu não preciso me incomodar em coisas como ser dona de casa. Meu marido me deixou? Hora de lembrar que ele é um fraco - de preferência sempre -, arrumar um jeito de encher o saco da amante (passando um baita recibo, a meu ver) e até tentando uma alienação parental, botando as filhas no rolo. Sem contar o nível profissional, onde botava a Ana debaixo da sua sola...

Por mais que a história a humanize, explicando sobre sua situação com o cara que a abandonou grávida, dá pra entender a dureza da Vitória, mas não justifica a falta de afeto até para as próprias filhas! Ela merece todos os golpes que levar da vida, por nunca, em momento algum, aprender a lição.



EVA: Há 10 anos atrás, o nosso debate sobre relações abusivas e mães narcisistas era mínimo - hoje temos uma vazão maior. E Eva pode ser considerada - pela lógica que a história era das duas irmãs - a vilã da história. Egoísta, chantagista, interesseira, Eva é a pior de todas e qualquer coisa que ela fale na novela, eu sempre levava com desconfiança. Ana Beatriz Nogueira conseguiu me despertar um ranço que pouquíssimas vilãs conseguiram, por ser muito real e gratuita nas suas ações. 


INÁ: A novela, em verdade, foi reprisada especialmente por ser uma das maiores personagens da Nicete Bruno dos tempos mais recentes. Ver a Iná é ver aquela vovó sábia, doce, independente e meiga, mas capaz de bater de frente quando ameaçam suas netas. Símbolo da alegria de viver da trama, a personagem é a alma da novela. E acredito que quem viu a carreira da Nicete dirá o mesmo. 


E por isso... UM BRINDE AO TEMPO, que trouxe esta novela no tempo certo pra mim.


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