quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

Não sou eu, é o meu coração, é a minha alma!

Bebi uma garrafa de vinho. Vinho barato, já tomei melhores. Mas, era barato e é isso que importa no momento.
Parte disso me fez voltar os pensamentos para você.
Eu falei bem: PARTE DISSO. Há dias em que penso em você, que escrevo em locais ocultos que penso em você e que sinto saudade. 
É irônico pensar nisso, considerando que o fim foi marcado, enfim. Mas, é mais forte do que eu. Não vem tanto do eu consciência, do eu hoje, do eu que sou agora, 35 anos na cara marcada. Vem de dentro de mim.
Do coração (ao menos no campo simbólico), da alma (se acreditarmos nos amores que transcendem tudo, e considerando o que eu carrego dentro de mim há anos).
Não importa, né mesmo? Eu sinto, e isso é o que deve contar como verdade. 


E foi pensando em você que saiu esta carta...

Joguei tarô. Pensar em você tantas vezes, quase de maneira obsessiva,me levou a isso, desculpa. 
Caiu o arcano 16, A Torre. 
E eu, lendo todas as interpretações possíveis, olhando a imagem, apenas sinto temor por você. Algo teu se perdeu, por término, morte, perda. E, no momento, sinto que as fortalezas da sua alma ruíram. Talvez não seja tão dramático como eu penso, beleza, admito - não sou a gênia do tarô. Mas, a julgar pelo tanto de vezes que ansiei em te rever, em falar com você (e segurando novamente a onda, tendo em vista que ainda são fortes os limites entre nós), sinto que deve ter algum motivo. 
E que me faz necessário você. 

Não é por mim, pelo menos o eu consciente, o eu hoje, o eu agora. Não, não quero você enquanto homem, enquanto parceria amoroso-sexual. Não, nada a ver. Eu quero VOCÊ. A persona. A alma que, desde que me dei conta, ligou-se à minha impetuosa e fortemente. A tal maneira que, de uma forma louca, troncha, ainda posso te sentir. Ainda posso ansiar por sua volta...
E por que diabos EU não tento contato? Porque tenho medo. Medo de perder o que, na verdade, eu mais queria: você. Seja por rejeição, por temor que os caminhos caiam em situações infelizes, por achar que não é mais tempo de voltar atrás, mesmo que seja para atar os laços de ontem e hoje. Medo de ser mal interpretada, e que o meu anseio (estar perto mesmo distante, porque o tempo não está nada bom para estar perto, vamos e convenhamos!) se torne algo vulgar e puramente físico. 

Não é bem assim. Eu te amo. Mas o amor não é amor de corpo, de sentidos acesos. 

É um amor que está profundidade preocupado. Profundamente inquieto. Profundamente precisando de uma palavra tua. Profundamente esperando que você se encontre dentro de si e que siga o caminho certo. Profundamente torcendo para que você seja feliz. 

Eu não sei do amanhã. Mas escrever aqui sanou uma rápida necessidade - a de desabafar. As sombras do passado precisam ser deixadas, embora eu - conscientemente - saiba que você nunca se preocupou com esse lugar, e ele seria o último onde procuraria algo. Mas, não é o melhor dos esconderijos? Deixar algo oculto por onde o mundo passa? Como aquelas mensagens deixadas em livros, no meio de uma biblioteca? Apenas quem está conectado com o espaço do outro, com o ser do outro, encontraria. Eu tô deixando aqui, simplesmente.

Por isso, digo e repito: quem tá escrevendo não sou eu, Thaís Nascimento Cunha da Soledade, consciente pessoa. Estou lúcida, em pleno juízo das faculdades mentais, mas deixando a alma se manifestar. E a alma, nesse momento, só quer que a pessoa perdida no espaço-tempo se encontre. Em nome de Deus e de Nossas Senhora da Conceição.

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Será que você também aguenta esse aqui?

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