quinta-feira, 15 de julho de 2021

Escritos perdidos ao léu (ou o que sobrará de 2021 para um futuro)


Foto que você nunca vai ver no Instagram, desculpaí.

... E, de repente, pensei: bicho, hoje eu tenho como deixar salvo um Word repleto de escritos aleatórios, onde eu posso abrir e me deixar soltar-me. 
Antigamente, era mais sofrido.
Mas, sobrou em cadernos. Até hoje, por mais bobo que seja, sempre mantive os escritos dentro de algum lugar.
Cadernos.
Diários.
Teve coisa que o tempo levou embora. Ou eu mesma. 
Não guardei o Primeiro BBB de uma turma de ensino médio, trabalho coletivo de um monte de amigos, onde cada um escrevia sejas lorotas entre si... Sim, jovens, a gente um dia vibrou por BBB. Mas, de uma forma maluca, cada cena escrita por caderno, era o “paredão” feito por sorteio... Pai do Céu. 
Não guardei a primeira história completa que fiz na minha vida. A tentei reencontrar no coração, em uma postagem no blog. Mas, se há quase dez anos atrás – será que o blog dura mais que isso? – eu já achava o meu escrito “tosco” e inverossímil, talvez hoje eu conseguisse reconhecer os buracos daquilo que eu coloquei. Isso, se eu tivesse paciência de reler. Não sei... 
Quase sempre, eu digo que quero voltar. E, sim, eu quero. Eu tenho necessidade de falar – e não, não de minhas intimidades reais, mas do que penso. Escrever pode ser um desabafo, mas é uma criação. Uma criação de ideias, de paradigmas pessoais, de um mergulho dentro de si mesmo. Me falta isso.
Ultimamente dei pra pensar no passado que eu pus aqui... Quem eu era, no que eu sonhava, no que eu amava. Hoje, percebo que cada letra colocada aqui, no mundo, não foi em vão. Eu senti. Descobri que não conseguia parar de sentir. Que podia sentir e que não era pra ser. Ou era, mas não no sentido que eu queria. O sentir que vence ao tempo, embora ele precise ser diferente. O tempo separa rostos, almas. 
O tempo e as experiências de duas almas separadas podem mudar algumas perspectivas. Hoje, eu entendo isso. Só não sei o que faria se determinadas coisas se repetissem. Se eu seria diferente. Talvez...
Mas, não se trata só de sentir saudades do mundo. É sentir saudade de mim mesma no processo. Escrever... Entender. Criar. 
Eu preciso criar. 
E, por isso, tô voltando. O Word - sei lá se eu vou botar isso em outro lugar – pode ser salvo só no celular. Salvo numa nuvem, abrindo onde quiser. Quando foi mesmo que a gente ficava carregando CD-Rom com documentos mesmo? É, fio... Quanto tempo. 
Os meios mudam. Mas, sempre estamos correndo. A velocidade é o motor de tudo.
Ao mesmo tempo, a velocidade nos rouba o tempo. Nos rouba os sentimentos. Os afetos. A alma.
A moça que escrevia tanto, ainda está aqui.
Ela tem saudade. 
Escrever por escrever. A viagem para dentro de mim mesma. 
De tantos mundos públicos,
De tantos universos particulares...

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