segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Alma viajante, alma errante, alma adquirida.

"Deixar você ir
Não vai ser bom, não vai ser
Bom pra você  nem melhor pra mim
Pensar que é só
Deixar de ver e acabou
Vai acabar muito pior..."

(Gilberto Gil - Deixar você)


Me perguntaram, esta semana, como está sendo o meu retorno à vida real. Como é voltar à tudo o que, por uma semana, tentei escapar, fechei meus olhos. Até mesmo a internet, este amado espaço meu, eu deixei em branco, distante, abandonado (certo, eu, na semana seguinte, compensei pra caramba toda a ausência, né?). Como é seguir em frente, retornar ao posto de estudante, de filha, de blogueira, de tia, de irmã... De tudo o que fui e sou em 24 anos de vida.

A resposta? Você pode olhar mais pra baixo. Houve uma mistura de muitos sentimentos, tanto bons como ruins. E ao mesmo tempo que sonhava e sofria, a realidade me puxava com os seus tentáculos de ferro, impiedosos, que também não me ajudavam muito na matéria equilíbrio interior (que já é bem distante na situação normal da coisa). Ou seja, no cabo-de-guerra entre o que passou e o que existe, eu fiquei no papel da corda, sendo puxada, vítima terrível de toda essa disputa.

Entretanto, hoje, com o coração mais limpo, a mente mais aliviada; posso dizer sem hesitar: EU NÃO VOLTEI. Não, a velha Thaís Nascimento Cunha da Soledade não está de volta. E vai demorar à voltar, pode ter total certeza.

Essa pessoa foi dividida em duas metades, duas partes em igual proporção de ser, sentir, viver e amar. Uma delas, foi trocada com outra metade de outro ser, que aqui está - em terras desconhecidas para ele, em caminhos que seus pés nunca pisaram, em uma vida que (re)xiste longe demais da dele. Essa parte está aqui, me movendo, me dando força, me fazendo pensar e agir diferente, sem medo, sem drama, sem muita afetação. Simplesmente é o que dá voz (temporariamente, até eu voltar) a este corpo inanimado.
Claro que a metade minha que foi trocada voou com o outro ser. Está em terras distantes, inteiramente misteriosas para a minha pessoa. Caminhos, pessoas, comportamentos, vidas; tudo isso longe demais desse ser que vos digita no momento.
Muito, muito longe. Porém espero que esteja feliz.

E a outra metade, que me sobrou, que não foi trocada, vendida e nem emprestada, que é total e intensamente minha? Ainda não voltou. Manda sinais constantes, avisa que está voltando devagar, à pé. Curtindo um pouco mais tudo o que se passou, olhando mais para o mundo, não tem pressa de voltar para casa.
E pra quê voltar, com tanta coisa? Melhor curtir um pouco...
Mas ela não me deixou inteiramente só, pobre humana sem rumo. Entra em contato com a metade do outro ser que comigo foi, dá umas dicas de como ajudar este corpo sem meia-alma. Está quieta, planejando o próximo passo. Os próximos dias, meses e até anos. Tá, muito prematuro, né? Mas assim é que é a vida...Pensar no 100% para cumprir pelo menos 10% deles. Porque o hoje é necessário, mais ainda que o amanhã.

Por enquanto, sou um corpo com meia-alma de outra pessoa. Reagindo quando necessário. Andando por hábito. Porém, prestes a voltar está a minha meia-alma. A que ainda é minha, a que vai me ajudar a andar de novo pelo mundo. Junto com a meia-alma do outro ser, que irá comigo até onde der e puder.

A vida continua, Sol... Vamos seguir!

Um comentário:

мєℓℓiรรα disse...

Nossa, muito lindo esse post Thais , perfeito mesmo até porque a velha Victória Mellissa Da silva Sousa também não voltou
FATO
Conte sempre comigo guria , em todos os momentos, nem que seja para entre re-caidas do bate papo falar sobre núsicas e sentimentalismos
te adoro
*,

Será que você também aguenta esse aqui?

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