terça-feira, 8 de setembro de 2009

 
"Quando você foi embora fez-se noite em meu viver
Forte eu sou mas não tem jeito, hoje eu tenho que chorar(...)
Solto a voz nas estradas, já não quero parar
Meu caminho é de pedras, como posso sonhar
Sonho feito de brisa, vento vem terminar
Vou fechar o meu pranto, vou querer me matar..."
 
Por vezes, eu temo a mim mesma.
Temo pela capacidade de me apegar às pessoas,
Temo pela força com que posso odiá-las, às vezes,
Temo por não saber cuidar daquilo que tanto amo,
Temo por saber que minha solidão é maior que eu mesma.
Temo-me por saber que, um dia, num único dia, posso ser capaz de segui sozinha.
Seguir um destino mais solitário de que eu mesma sonho.
Ser mais solitária do que eu gostaria de ser.
A verdade é que eu não queria ser tão só. Mas eu nasci só, eu me apeguei a acreditar na transitoriedade de tudo, a não crer em eternidade. A saber (sabiamente) que tudo em minha vida NUNCA será a longo prazo. Pois não é, a vida já me mostrou isso de diversas formas.
Ando extremamente pessimista, ando muito infeliz. Nos últimos dias, tomei uma atitude que quase me matou (e falo isso a sério). Achei que não ia passar, e não passa. Apenas é uma dor adormecida no tempo e no espaço, que só reage quando é cutucada, quando é exposta.
Pela primeira vez em minha vida, descobri que quero uma coisa. Desesperadamente. E que, ao mesmo tempo, não posso ser covarde, tenho que renunciar, tenho que deixá-la ir, quem sabe tão ou mais só do que eu.
Pela primeira vez, eu sinto como se tivesse morrido algo dentro de mim. Para sempre.
Agora entendo o que é a morte...pelo menos, a morte vívida. Aquela que vai nos acompanhar até o fim, que vai ser sempre seu espectro em vida...
E eu que me considerava cercada de espectros, descubro que eu sou meu próprio fantasma. Eu mesma me assombrando até meu último suspiro. E tudo isso porque sou a pessoa mais fraca, estúpida e incapaz que possa existir na face da Terra. Não me dói a realidade. Me dói o que agora se encontra no passado, e não posso mais mudar. Acabou, Soledade, acabou.
A tristeza, não se surpreendam quem lê, não é de hj. Mas a última me causou uma dor mais imensa do que nunca imaginei em vida.
Aliás, que vida? Pergunto-me agora que vida eu tive, quem sou eu, se mereço ainda viver. A quem, agora, poderia fazer sofrer mais do que já fiz? Não sei mais. Acho que estou enlouquecendo aos poucos e que meu caminho será um hospício. E não condenaria quem me colocasse lá. Se sou um peso, muito natural que se livrem dele. E quando falo em peso, falo daqueles que fazem tanto mal e vão morrendo com cada mal que realizam com o próximo, até não existir mais nada aceitável de si. Não àqueles que, como minha tia, não tiveram culpa de serem fora da normalidade tão exaltada por nossa sociedade, tão hipócrita e imbecil quanto eu.
Falo pois sei que estou morrendo. Só o corpo que muito engana ao redor. Quem conseguir parar para me olhar, saberá que não há mais nada que me faça novamente feliz. Até queria voltar a sorrir, mas nada me faz mais. Não o riso louco, exagerado, mas espontaneo...Como se pode viver alguém que não sabe mais ver a vida com otimismo, com alegria? E pior: como se pedir a morte, quando nem em Deus mais pareço acreditar? (vide o post abaixo)
São coisas que eu não entendo. Minha única esperança, meu único restinho esquecido na Caixa de Pandora, é que, realmente, o catavento de minha vida volte a girar, eu volte a sorrir...Antes do meu pôr-do-sol, que, às vezes, sinto mais próximo do que nunca.
Mas, se eu me for, saibam que muito amei...Ainda que nunca tenha sabido amar, que nunca tenha sabido ser mais do que uma mendiga, sempre necessitando dos outros. Ainda que eu nunca tenha merecido ser amada na vida.
...
 
Confesso que não pretendia escrever tudo isso. Não deveria. Prometi a mim mesma que ninguém saberia de meu inferno. Mas, claro, quem se importa? Esse canto, eu sei, é meu espaço - muitas vezes, até particular. Por isso, não temo escrever aqui. Nada irá dizer o que me atingiu ou quem foi atingid@ comigo, minha dor é minha só, não é de mais ninguém...

...E, ainda que o mundo saiba, o inferno ainda pairará em mim, sempre...

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