quinta-feira, 3 de abril de 2008

Sole...sau...DADE (e outras divagações...)





Alguém leu a música que pus aqui? Antes de ler este post, seria interessante ler a msg anterior...

Pra começar, é preciso que eu me explique: eu me chamo Soledade.

Soledade, de sobrenome...de uma família simples; de homens fortes, e mulheres corajosas. De coração sempre preposto à outros mundos, à novos rumos na vida. Capazes de correr atrás, quando assim o querem.

Ainda assim...Soledade também é solidão. É ser cigano, misantropo. É ser aberto, e simultaneamente fechado ao mundo.

Eu me sinto quase assim...

Sou uma cigana. Não de origem, mas de espírito. Uma aventureira dentro da vida, uma fantasia que transcede os carnavias, uma criança eterna que, como Peter Pan, tem um medo desgraçado de crescer; preferindo a terenização solitária da infância do que a perenidade ao lado dos entes queridos.

Pra que viver na Terra do Nunca?

A Terra do Nunca, fazemos nós; lutando para que o "nunca" exista...mas para que todos possam desfrutar desse mundo.

^^

Pois bem...continuemos.

Sou uma Soledade, sim. E prejulgo que descobri a minha missão na Terra. Talvez eu esteja errada, quem sabe? Não sei, pode ser...Mas, nestes últimos dias, meus pensamentos e minha vida rebelaram-se a ser Soledade, a ser solidão nesta vida.

Um solitário não traz consigo sentimentos tão ardentes como os meus.

Se você leu a mensagem anterior, leu o asterístico que deixei, no qual "gosto de pensar em Soledade como saudade..."; pois, se a gente notar, a grafia é muito próxima. E saudade tem um tom mais suave, mais doce do que solidão. Solidão é amargura, tristeza, dor. Saudade tem isso, mas também guarda outras matizes: consolo, felicidade, lembrança...

Gosto da saudade boa. E quem não gosta? Sinto saudade de minha vida, de minha meninice, de minha adolescência (embora ela, na prática, não terminou), dos meus amiguinhos, das minhas paixões...tudo me moldou, me fez ser o que sou. Tenho, de todas as maneiras, amado. Amado a vida, os acontecimentos dela, as pessoas, o mundo. Não se odeia o que quer mudar. O que se odeia, se deixa de lado. O que se ama de fato, a gente se esforça pra ajustar, melhorar.

Eu tenho predisposição à amar. Muito, e de forma vital. Se não amo, não vivo. Se não me entrego, não sei viver.

Talvez, no Céu, na fila de quem ia para a Terra, me mandaram fazer um juramento...No qual devo ter prometido que ia amar até a morte. Ainda que nos meus piores dias. Ainda que não me dessem nem um milímetro desse amor de volta. Ainda que o tempo e a distância me afastassem. Amaria da mesma forma, para sempre; sempre lembrando que há sempre uma coisa nova a acontecer na vida da gente.

O amor só precisa de alguém que ame...

O melhor riso não necessita de testemunhas.

Vejo o amor como minha missão na Terra. Não um amor de Cristo, afinal sou humana. Nem sei se esse amor atingiria o mundo. Nem quero ser ícone de porcaria nenhuma (ideologias? religiões? Tou fora!). Aprendi que, se um aprender, pelo menos, a amar; já fiz alguma coisa. Não muito, é verdade. Mas pelo menos, não deixei a vida me vencer de vez.

Quem sabe? Um dia, posso me desmentir...sou moça ainda, e muito cheia de esperanças...mais um alguém na flor dos 20 anos. Normal, né? Nem viveu direito...Mas tantos viveram até essa tenra década, e viveram até mais que nós.

Não sou espírita; mas acredito que não vivemos aqui na Terra só por uma vez. É algo muito superficial. É uma questão constante: tem que haver uma segunda vida. Não é em poucos anos que descobrimos-nos. Tem gente velhinha que nunca seria capaz de responder à essa pergunta...

...

...

...

...A sangria atingiu a borda do copo. Extravasa.

Embriaguem-se nas palavras insensatas de uma cigana Soledade.

Não de solidão, mas de Saudade...

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Será que você também aguenta esse aqui?

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