domingo, 20 de janeiro de 2013

Não se surpreendam... É uma nova dica.
Mas, antes de mais nada, um alerta:





Agora, sim, posso começar de boinha.

DICA DE HOJE:
"THRILLER - A CRUEL PICTURE"
(SUÉCIA, 1973)


Este filme possui mais alguns nomes. Na sua tradução literal: "Thriller - Um filme cruel"; mas, como o filme foi banido em seu país de origem e, no ano seguinte, divulgado nos Estados Unidos, mais alguns nomes foram acrescidos: "They call her One Eye"("Eles a chamam de Caolha") ou então "Hooker's Revenge"("Vingança da Prostituta").
 Uma película assim, com diversos nomes, promete ao menos ser curiosa... Pelo menos pra mim foi.
Sem contar, claro, que a obra é um dos filmes favoritos de Tarantino, usada como inspiração para "Kill Bill", seja em alguns detalhes da história, como o visual da protagonista - quem lembra do tapa-olho usado pela Daryl Hannah, a diabólica Elle Driver? Aliás, o visual da protagonista, a bonita Christina Lindberg, também foi alvo de cópia no filme Matrix - qualé, acharam que os sobretudos enormes vieram assim, do acaso mental dos Irmãos Wachowski?


 Então, vamos nós. Vou TENTAR não inserir muitos spoilers, mas vou logo avisando que será difícil.
A heroína da história, Madeline (na versão sueca) ou Frigga (na versão de Tio Sam), é uma jovem que se destaca por ser uma bela jovem... E muda, fruto de um trauma em sua infância - fato este que será apresentado nas primeiras cenas. Pois bem, essa mocinha mora em uma fazenda com seus pais, até que um dia, ela perde o ônibus que a levaria para a cidade e aceita a carona de um homem bonito e sofisticado (mas, com uma pinta indiscreta de cafajeste) chamado Tony. Ele a leva para jantar, depois para a sua casa, onde a dopa e a introduz ao inferno na Terra.
Que inferno: drogada, obrigada a se prostituir. E punida de forma impactante ao tentar resistir, que acaba tendo como consequência a perda do olho e o codinome de "A pirata".
A mocinha aparentemente se adapta e entra "no jogo". Aparentemente. Alguns acontecimentos a farão começar a preparar uma vingança fatal contra os seus algozes - inclusive o seu cafetão.


Além do filme em si, algumas curiosidades me chamaram a atenção:

- O DIRETOR: Bo Arne Vibenius foi, antes deste filme, assistente de direção de Igmar Bergmam em filmes como "Persona" - dizem as lendas que o ex-chefão, um dos primeiros a ver a obra, detestou o filme. Aliás, Vibenius detém diversas lendas neste filme, como o uso de um cadáver e de prostitutas em cena; estas foram dublê de corpo da Lindberg.

- O FIGURINO: A heroína atravessa várias fases de sua história alternando seu estilo - não excluindo seus longos cabelos, só usados presos na primeira cena e de utilidade na sua vingança. Um detalhe: nas cenas onde ela sofre os primeiros golpes em sua vida, ela veste amarelo (não encaro como coincidência, talvez seja a forma de colocar a jovem como alguém de luz antes de ser jogada no fundo do poço). Quando é forçada a usar o tapa-olho, mantém-se estilosa combinando-o com a sua roupa. Aliás, curti seu figurino... Até o robe rosa, que a caracterizará em seus momentos de prostituta.

- AS CENAS: Algumas desnecessárias, ao meu ver - mas quiçá necessárias para implantar no espectador a justificativa de vingança da garota. Muita nudez. Sexo, porém de caráter sórdido (o que a música colocada vai induzir). Sangue e sangue, às vezes exageradamente. Entretanto, o modo como Vibenius, na sutileza, vai colocando alguns detalhes no filme (como o céu, que vai se tornando azul à medida que Madeline vai se vingando) que vai se somando à atmosfera do filme. E, alguma cenas que dão mais vontade de rir que de ficar empolgado. Acontece. Mas, no geral, é uma obra bem acabada.

- A ATRIZ: Christina Lindberg, musa dos filmes pornôs suecos, da Penthouse e da Playboynos anos 70, apresenta neste filme uma personagem inesquecível. O fato dela ser muda (o máximo que se ouve dela é a respiração) realça ainda mais a atuação: inocente, no começo; fria, na sua vingança. É na visalização do seu rosto onde vemos como a trama se denserola - já que os diálogos são mais para pontuar e explicar os fatos do que por alguma tentativa de intelectualizar a coisa. Ela se esforça e se sai bem.

- A FILMAGEM: O filme era, segundo Bo Arne Vibenius, para ser um filme "comercial". ERA. Mas, acabou não sendo, e agradando a galera underground, tornando-se o que chama de "cult". Também, pudera: filmes posteriores beberam da sua fonte. A questão da mulher como justiceira, o figurino (que já citei) e, claro: a descoberta do diretor, uma câmera cedida pela NASA que era usada nos lançamentos de foguetes, proporcionando a técnica do "slow motion" - que será usado nas cenas da vingança, às vezes até chegando à exaustão. Mas perfeita em determinadas cenas, como a que ela entra em luta corporal... Como indica a foto abaixo, que adoro:


Tem muita coisa a ser dita sobre o filme, mas é melhor vocês assistirem, né?
E, como eu sou uma pessoa boa - já que eu já pus acima, não botarei o link para baixar - deixo o trailer. Tá manso, para o que é o filme; dá pra colocar aqui tranquilamente.
Espero que o aperitivo dê vontade de saborear todo o prato:



Enfim, é isso! No mais, sem mais!

E, só para ressaltar, quem estiver interessado em download, não porei aqui (ingênua, a moça aqui, né? Só tentando ser sensata, baby. Sensata.)
Mas, quem tiver a fim de um filme com legandas em PORTUGUÊS - e vá por mim, no Youtube não tem, hehehehehehehe - dê uma curtida na nossa página no Facebook, e lá você manda uma mensagem. Ali, após avaliação do pedido, estaremos encaminhando o link... Beleza?

Um comentário:

Breno Cavalcante disse...

AInda não assisti ao filme, mas tô aqui baixando e logo logo farei comentários mais elaborados :)

Será que você também aguenta esse aqui?

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