terça-feira, 8 de janeiro de 2019

MINHA SÉRIE VAGALUME (6) - TERROR NA FESTA (Janaína Amado, 1996)


Nem vou pedir perdão a vocês pelas duas semanas esquecidas da série por dois motivos:
1. Natal.
2. Ano-novo.
Okay? Okay.

Segue o baile.

Para esta semana, dei um bom pulo para 1996, para o que posso dizer que foi a fase mais próxima da minha vivência infanto-juvenil junto à série, e acabei por selecionar uma obra de Janaína Passos Amado - que, além de romancista, é pós-doutorada em História (pra bom curioso, vou deixar aqui o Escavador dela.).
Então, hora de darmos um passeio por Pirenópolis (Goiás) e descobrirmos qual é o "Terror na Festa"!

Capa da 1ª Edição (1996)
"Se o seu coração dispara, quando você entra em cemitério.
Se assiste a filme de terror e depois não dorme de tanto medo.
Se os cabelinhos do seu braço arrepiam-se, quando está no escuro, sozinho. 
Se não acredita em bruxas, espíritos ou fantasmas, mas sonha com eles à noite, apavorado. 
Se ouve barulhos estranhos, vindos de um quarto vazio. 
Se sente tonturas e vontade de desmaiar, ao ver sangue. 
Se não consegue nem pensar em monstros, quanto mais encontrar-se com um, 
então 
PARE DE LER ESTE LIVRO!"

(página 11)

É com este texto que iniciamos a história de um grupo de jovens que se conheceram durante o festejo das Cavalhadas (festejo inspirado nas lutas entre cristãos e mouros, no período da Reconquista Portuguesa. O Wikipedia fala sobre esta festa melhor do que eu!): Cientista Maluco (o excêntrico menino morador da cidade), Paloma e Bié (irmãs que moram em Goiânia), Mateus (jovem de Taguatinga) e Irenona (a forte menina de Brasília).
Durante os eventos, os jovens vão atrás do Quimera, perigoso monstro que, através de um "livro", pediu-lhes ajuda. Arriscando suas vidas e, ao mesmo tempo, lidando com seus conflitos pessoais, o grupo segue, tendo como pano de fundo uma das mais tradicionais festas brasileiras.

O que é massa nesta história? Não vou negar que a história seja um tanto quanto bobinha, mas boa para uma leitura de algumas horas. O ritmo do enredo é ágil e cada situação de confronto dos garotos com Quimera vai testando os laços afetivos do grupo: o namoro adolescente entre a decidida Paloma e o romântico Mateus, a paixão recolhida do Cientista Maluco pela jovem - sem se dar conta (ou não) de que é amado por Irenona, a "fera" que esconde um sofrimento causado por sua aparência "desajeitada" e pelo bullying que sofre, ainda que seja a moça mais rica entre seus amigos. Até mesmo o Quimera, quando aparece, tem seus toques especiais de humanidade, ainda que apresentados por vezes, de forma macabra.
Outro ponto da história que também chama a atenção são as invenções do Cientista Maluco, que é o mais "genial" da turma, ainda que um pouquinho atrapalhado.

"Tomando coragem, os outros aos poucos vão saindo de trás da árvore, aproximando-se devagar. O
primeiro a recuperar-se é Mateus. Espantado com a quantidade de objetos espalhados pela calçada,
indaga:
— O que você estava fazendo, debaixo desse lixo todo?
— Isso não é lixo! — protesta Cientista Maluco, muito ofendido. [...] Ar de professor, dedo em riste, explica: — Estes são os instrumentos científicos que eu trouxe, pra gente enfrentar o Quimera!
— Olhem só, aqui tem um funil velho, um penico, três antenas quebradas, dois araminhos... — Bié
separa os objetos, acocorada no chão.
Cientista Maluco suspira profundamente. Ar superior, maior desprezo na voz, retruca:
— Lidar com gente ignorante é mesmo um horror! Fique sabendo, dona Bié, que esses "araminhos" a que a senhora se refere são sensores, fabricados por mim, pra detectar cheiro de monstro! E o que
você, na sua ignorância, chama de "funil velho" e "antena quebrada" são radares da última geração,
que eu construí, pra localizar o Quimera!
— Essa cueca, pra que serve? [...]
— Cueca?! Eu não trouxe cueca nenhuma!
— De cuecas eu entendo, Cientista Maluco: se esta aqui não é uma, então não me chamo Mateus!"
(páginas 27-29)

Bom, se eu explicar mais, aí já vou exceder o limite de spoilers! xD

Tem como ler agora? Sim, temos sim! Por este link aqui, você pode baixar o livro em PDF. Apesar de ter alguns erros de digitação e em formato (especialmente no começo), as imagens são as mesmas do livro original. Aproveite a leitura!

Bom, o papo tá muito bom, mas próxima terça-feira a gente retoma o papo, com mais um livro desta série clássica! Até lá!



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