https://open.spotify.com/track/1OgyTG8JVzJghfAWm4gI3C?si=wI0v3lUMQgC2r5EnhcY93g
Eu não sei como as horas passam.
Os dias correm como átomos...
Numa hora, nove da noite.
Em outra, meia-noite.
Noutra, três da manhã.
Até o amanhecer chegar e, em tudo isso, você não encontrar paz.
Eu não tenho medo do isolamento. Tenho vivido isso ao longo de quase dez anos...
Cada encontro meu com o mundo é uma celebração no peito... Que ninguém entenderia.
Encontro em mim as músicas melancólicas de Red Hot Chili Peppers.
Encontro no mundo o silêncio.
Encontro no arrepio da minha pele, o efeito da música.
Encontro no aqui-agora o nada. O mistério. As perguntas.
Onde eu estive este tempo todo?
Falta alguma coisa. No momento em que me fecho pro mundo, protejo-me de um mal ainda impossível de ser descrito, refugio-me no peso dos dias. Numa rotina que me põe dentro da sociedade por lives. Fotos. Cores. Nomes. Links.
E, hoje, finalmente, escrevo.
Eu penso naquele eu perdido no passado, me perguntando o quão pra frente eu andei.
Se eu seria capaz de rever meu ontem, o que ficou pra trás, sem vontade de querer voltar.
Mas também penso no amanhã.
Mas, no amanhã onde, infalivelmente e inevitavelmente, também ficarei para trás no mundo físico. No amanhã nebuloso de não saber o que me espera do lado de lá.
Pensar. Pensar. Pensar. Pensar. Pensar.
Pelo jeito, a quarentena é o período exato em que eu, pela primeira vez na vida, estou parada no tempo.
A chance de reencontrar a parte de mim que mais me faz falta.
A que escreve.
Nenhum comentário:
Postar um comentário