segunda-feira, 10 de setembro de 2018

21 dias.

[1]
Ou eu me esforço ou desabo de vez. Essa é a verdade.
Estou tentando, mas tá difícil. Hoje vi os velhos em clima de guerra e, ao sair o velho, minha mãe desabafou as coisas que sente. Houve uma hora em que, ao pensar criticamente sobre ela, sobre suas palavras, eu parei e pensei EU ESTOU FAZENDO O MESMO! Eu estou um espelho dela, um espelho que não tem tanta bagagem, nem tanta força, mas que eu absorvo e estou sentindo piorar, me apodrecer por dentro.
Não posso ser assim. Não dá!
Eu sou forte! Eu já consegui tanta coisa, quando acreditava não ser nada!
Hoje, vou passar algum tempo sozinha, longe de casa, distante de todos os problemas e preocupações. Será difícil, mas eu vou tentar.
Conversei com minha prima, ela me aconselhou o mesmo.
É hora de lutar por mim. Como posso pedir esperança, se eu não me dou paz?

[2]

Um homem parou perto de mim, enquanto - durante a caminhada que fiz de casa para o terminal integrado - parava em uma oficina para me proteger da chuva.
Ele me viu fumando um cigarro, que eu (hesitante, não sei porque, talvez pela presença de homens e ser uma oficina, logo, não é bom) joguei fora, e me perguntou se eu tentei parar de fumar, eu disse que sim.
Ele disse:
- Você é jovem, tem o futuro pela frente.
Alguma coisa mexeu aqui dentro, quando ouvi a frase. Sou jovem? Serei eu jovem? Esse cara tá olhando pro meu rosto, ninguém me dá a idade que tenho. Já tenho mais de trinta, moço...
Mas aí veio uma inspiração. Tudo o que tem se acumulado dentro de mim, uma luzinha.
Há dias, recorri ao tarô. Estava péssima, chorava, me descabelava. Me disseram que é uma fase. Uma fase. Que preciso me reorganizar.
Não é do lado de fora. É no meu espírito. Preciso achar forças, preciso me encontrar.
A chuva parou. Enquanto chovia, eu olhava o céu. Um pedaço de azul estava tá, me avisando que a chuva forte ia passar.
Fiquei pensando: debaixo das nuvens, sempre existe o azul, o dia não para de existir na chuva, o Sol ainda está lá, funcionando.
Eu estou aqui. Eu, minha força, aquilo que carrego, imperfeita, mas capaz de conseguir. Eu provei isso já este ano. Eu preciso ser grata. Eu preciso sorrir, ser positiva.
Eu preciso reencontrar a vida no meu coração.
Agora, estou sozinha. Isolei-me com música. Entrego-te nas palavras. Sinto que estou desanuviando, limpando a alma, sentindo a vibração do som, a capacidade máxima de sentir. A música, o Sol, o vento. O meu verdadeiro eu.

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