sábado, 25 de julho de 2015

Do compasso de espera.

E os dias passam...
Gente que aparece do nada e me enche de esperanças.
Até aí está errado. Porque quem cria a expectativa sou eu, e não eles.
E, de repente, eles estão em outra. E eu? Percebo que fui mera possibilidade.
E, mais uma vez, estou em espera. Um standy-by forçado.

Eu tenho pressa de viver.

E, quando chega a noite, as lembranças de um passado não enterrado me chegam.
Está morto, mas é apenas um corpo em putrefação.
Apodrecendo.
Cheirando mal e incomodando.
Mas ainda ali, incômodo. Difícil de deixar para lá.

Eu tenho pressa de esquecer.

E tomo uma garrafa de  vinho, bebo até que o corpo não suporta e vomita.
Me torno dependente de carinho, de afeto, de admiração.
Quero pessoas a me elogiar, a afagar meu ego.
Tudo para escapar da sua melancolia, do sentimento de fracasso e incapacidade que me fere, que me segue.

Eu tenho pressa de ser.

Eu não quero esperar, não quero!
Quero ser livre, quero ser feliz.

Mas, preciso.
A natureza não dá saltos.
Não respeitar o tempo é perigoso.

Então, eu espero. Faço das tripas coração, faço das dores companhia. Faço de mim o vazio. Faço dos dias um pequeno ato de desespero.
Até que não consiga mais nada.

E, talvez, quando esse dia chegar, será o momento em que a vida abra a janela e me permita partir pelo mundo.

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