quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Um quiçá adeus.

Eis que ela entra no seu quarto.
Penetra em seu santuário.
E, de repente, olha para algumas fotos espalhadas pelo aposento.

Sim, era o passado.
Um passado que acabara de completar aniversário, hoje.
Cinco anos, exatamente.

Olhou-o.
Olhou-o, pouquíssimos segundos depois de confiar ao seu melhor amigo que estava temendo se apaixonar de novo. Mas, a verdade é que ela está, decididamente mexida por outra pessoa.
Outro homem. Outra história.

Neste mesmo dia, ela passou a tarde ouvindo uma música que a inspirou em saudades.
Pois havia uma semana que ela havia se envolvido.
E estava com saudade. Dessas saudades que poderiam levá-la a pegar um avião e cair nos braços do ser que a dera tanto em pouco tempo.

Ela sabe: não há promessas. Não há futuro possível.
Porém, como não sonhar? Ansiar?

Enfim.

Esta música era a mesma que usara para este passado.
Mas, agora, havia uma cor tão mais luminosa.
Uma memória mais vívida.
Mais poderosa, mais real.
Eclipsando o que não tivera a mesmo ângulo.

O passado encontrou uma menina.
O hoje tem uma mulher.
Que talvez tenha um pouco de menina...

Enfim.

Com a música nos ouvidos, repetindo incessantemente,
Ela olhou as fotos.
E sentiu um desejo.

Retirou as fotos espalhadas do seu campo de visão.
Colocou-as em uma gaveta.
O mural ficou com um espaço.
E ela quis que, naquele momento, uma foto com o novo cobrisse aquela.

Porque, uma coisa era certa.

Mesmo que em nada dê o agora,
O passado achou seu lugar.

Como as estrelas, distante da mulher.
Quem sabe será o adeus?

Os dias darão a resposta definitiva.

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