sábado, 22 de agosto de 2015

Da espera.

Acordar cedo. Lavar roupa enquanto se apruma. Eetender nas carreiras. Graças, deu pra ir na hora. Ir trabalhar. Aulas, aulas. Descanso apenas no intervalo. Cansativo. Aulas de Língua Portuguesa, Literatura, Redação, mais um pé em Artes. Desenhos sobre o folclore. Uma flor desenhada que uma aluna presenteia. Elogios sobre as unhas, sobre a aula. Intervalo bíblico na escola. Despedidas. Olha o ônibus, vai perder! Cumprimentos, tchau colégio. Boa viagem.
O ônibus parando no começo de Maranguape. Caminhadas. Um cigarro perdido na bolsa. Fumando. Andando. Sol na cabeça, o suor aparece. Cansaço. Um oi aos vizinhos. E agora estou em casa.
Eita, caramba! A mala. Últimas roupas. Essa bendita não vai fechar! Dobro a meta? Kkkkkk. A bolsona cheia. Levo tudo. Acho. Paciência. Fiz o que pude.
Mãe chega quando saio. Pegar o banner. Ela diz: vai na cabeleireira, aparar o cabelo. Agora não, mãe. Dezembro. Vai na gráfica. Quase um infarto: só no fim da tarde. Antes que rolasse... "Ah, o banner acadêmico? Aqui, ó. Ela trouxe na quarta, tava pronto desde ontem.". Alívio imediato. Um erro na tabela, faltou os traços. Que se dane, vivo sem traços faz tempo.
Voltando. Papos com a mãe. Ela liga pra alguém, eu cochilo. Cansaço de toda a semana acumulados: aulas, faculdade. Um amigo liga. Pai no hospital. Preocupação com sono. Tem que ser assim.
Minutos de acordar. Mãe perguntando: não tá na hora? Sossega, tenho tempo. Vou varar a madrugada. Me arrumo. Nada de glamour, só os saltos, praticando a arte de ser feminina. Cozinho ovos, como todos. A velha não quer. Um beijo, uma confirmação de ligação. Hora de ir. Fecho a porta, boto a grade no cadeado. E me despeço de casa.
Pego o 1952 de trajeto mais longo. Lá vou eu, Blues Savannah. Mas volto. Sempre volto. Até chegar a hora de botar o pé no mundo de vez. Isso aqui é somente ensaio. Ainda volto.
Terminal. Outro ônibus. Papos no whatsapp. Entre o alegre e o sério. Em tudo isso, música. Fones de ouvido. Indo sozinha de Paulista para Olinda. Olinda para Recife. Para a estação de metrô.
Chego lá. Quase não desço. Populares entram enquanto eu me equilibro na mala, por pouco não jogo a bolsa na pessoa errada. UFA! Saí. Um cigarro? Melhor não. Suba as escadas rolantes. No ponto. Vem o metrô. Para a estação.
Aeroporto.
Desço. A passarela é ali, diz uma popular. Lá vamos. Aqui, tudo flui. Sozinha. Eu e o celular, mensagens e nervoso. Foco! Tamos chegando. Cinco minutos! E as portas se abrem.
Subindo. Música ao vivo e chocolate quente. Uma devassa. Um combo da Subway. Dois minutos na cadeira de massagem. Mando recados aos meus alunos, a professora que deve slides de aulas. Romantismo. Alertas. Chega! Não aguento o notebook. Maquiagem, não tava a fim do embalo do ônibus, hoje. Só hoje. Tento ler "Primo Basílio" na livraria. Não consigo. Sono. Luta, menina!
Vou e volto. Cigarros. Fotos. Redes sociais. Solidão. Ligação para a mãe. Pronto. Sossegada. Vou e volto.
Paro, decido escrever. Uma hora e quarenta e cinco minutos. Menos de quatro horas. Assim que parar as letras e idéias, o que fazer? Esperar. Simplesmente. Como? Não sei.
Mas prossigo esperando.

Tou chegando, Rio.

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