sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Um filho meu.


Dia desses, sonhei com meu filho.

(...)

Não, não estou grávida; nem tampouco pretendo estar a curto ou médio prazo. Ainda não me sinto preparada, psicológica ou financeiramente para assumir a suprema responsabilidade de guardar em mim, de cuidar de outra vida - a minha própria já é bem trabalhosa, no momento.
Não considero egoísmo dizer isso: só sinceridade. Se ainda nem defini a pessoa que irá ser minha, que irá ser minha companhia, que dirá ter um filho, uma vida que precisará de mim por toda uma existência (sim, porque não dá pra dizer que tem prazo de validade ser pai ou mãe - pode ser que ela se torne no mundo independente, mas sempre teremos o que ouvir e aconselhar...).
Mas, no sonho, as possibilidades aparecem. E faz até ter uma vontadezinha.
E pode ser um presságio.
(Espero que para daqui a alguns anos...)

(...)

Enfim, dia desses, sonhei com meu filho.
Um recém-nascido - ou com alguns meses de vida. Da minha cor. Olhos vivos. Um sorriso doce, delicado; mas com um sinal de que será uma constante em seu existir. Cabelo cacheado, crespo, crespinho mesmo!
Um menino. Desses que se dá vontade de apertar, de viver olhando, de cuidar. De querer que ele permaneça pequenininho.
Para não sofrer os augúrios da vida.

Um gurizinho. Um rapaz que terá em si um pouco daquilo que eu tenho de melhor. A minha poesia feita gente.
Que não saía dos meus braços.
Nu. Com a pureza de seu tempo intacta, eminente.
Com um calor que ainda posso sentir junto ao peito.

Podia até não ser meu. Mas, no meu sonho, eu sabia.
Ele tinha algo de tão espiritual, de tão forte, de tão ligado a mim que nem sei. Tinha o nome que eu, durante anos, almejei para batizar o que saísse das minhas entranhas.
Ele tinha tudo o que eu queria.
Tudo o que eu tenho oculto dentro de mim.

Era um sonho, mas um desejo: eu queria que fosse assim um filho meu.

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