segunda-feira, 1 de julho de 2013

Carta para o Destino.


Caro Destino,
que peça foi essa que você me pregou?

Nunca mais havia chorado.
Nunca mais havia sentido tanta saudade.
Não que os filmes românticos sempre me façam chorar.
Não que rever fotos antigas sempre me façam chorar.
Não que lembrar as cenas de um passado, de uma história inesquecível, me façam chorar.

Mas, a conjunção de tudo isso, em um dia em que o Senhor, prezado Destino, me fez ficar sozinha, em casa.
Sem ninguém para perguntar, pedir nada.
Sem as obrigações rotineiras.
Uma pausa de um dia.

Um dia que começou ensolarado, lindo, quente e brilhante.
Chegou a noite chuvosa, fria, melancólica.
Porque a chuva traz um pouco de melancolia.
Um dia frio...
"E o pensamento lá em você, e isso me divide."
(Velhas recordações de uma carta, há quatro anos atrás.)

Engraçado, Destino.
No final do mês, fará cinco anos.
O primeiro beijo, fruto de uma pequena loucura.
O abraço de despedida, um lamento e simultânea promessa. É claro que eu não sabia.
Que talvez, não soubéssemos.

Aliás, precisava? O mesmo Destino nos aproximou através de uma rede social, me apresentou alguém a quem eu não esperava, me trouxe um sentimento inesperado e ao mesmo tempo confuso.
Uma paixão intensa, entremeada a uma felicidade tranquila.
Um amor real, sob circunstâncias estranhas.
Uma história louca...

Que, de alguma forma, ou pelo menos da minha parte, foi sincera.
E, às vezes sinto que do outro lado, foi.
Pelo tempo que durou.

Mas, o tempo passou. A história acabou e precisei conviver com o fim.
Mas, o fim nunca chegou. Porque nunca conseguimos nos afastar de vez.
Pelo menos, não no pensamento. Pelo menos, não na minha mente.

Muitas vezes, era como se eu pressentisse que ele ia voltar. O via em meus sonhos. O ouvia em meus devaneios. E, em algumas vezes, ele acabava repetindo as mesmíssimas palavras que eu previa.
Influência sua, caro Destino?

Por mais que muita coisa saísse imperfeita, quando nos reencontrávamos, eu me sentia segura. Eu me sentia extremamente feliz.
Infelicidade era estar longe, sentir tanta saudade. Era o silêncio dele.
Era ele se afastar por achar uma coisa que eu não queria fazer. Revisar algo que passou. Eu sempre soube.
Mas, eu não teria coragem.
Eu já pensei em ter essa coragem, muitas vezes, de largar a vida, a vida aqui na terra em que nasci, e tentar ir de encontro à minha sorte. Mas, preciso ser realista. Até quando duraria? O que eu perderia?

Sabe, Destino, pode me chamar de louca.
Eu ainda amo aquele que talvez não me ame.
Eu ainda sinto uma alegria imensa quando ele fala qualquer coisa comigo.
Eu ainda sinto uma saudade profunda, imensa, extrema e especial quando ouço, vejo, leio, lembro de alguma partícula da nossa história.
Eu ainda desejo revê-lo.
Mesmo que nada aconteça. Mesmo que ele esteja com outra pessoa. Mesmo que ele nunca me veja.
Eu sempre fui forte. Eu sempre tentei ser forte, não cair na tentação de dizer que ainda o amava.
Porque, não era justo. Nunca foi certo.

Sabe? Eu devia ficar chateada.
Pelas lágrimas.
Pelas palavras que ouvi.
Pelas lembranças que tive.
EU DEVIA!

Mas, apenas consigo dizer: Obrigada, Destino!
Porque eu não estou me sentindo tão amarga, tão conformada. Porque eu ainda sinto amor. Porque eu ainda sinto. Ainda posso sentir meu coração.
E isso é maior que qualquer coisa.

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