Não vou me esconder. Não vou deixar de falar.
Não seria eu. Não seria quem sempre lutei para ser
Eu não posso fugir da realidade. Os mortos, que se enterrem por si só... Não vou atrás dos corpos para que estes sejam velados. Que a terra lhes seja leve, e só.
Não quero mais nenhuma mágoa. A pena é imensa. E só. Talvez seja mais pena por mim mesma, por tanto tempo perdido, por tantos anos de perdões acumulados, para que na hora exata, um faca fosse lançada.
Duas.
Uma de encontro ao peito, a outra pelas costas. Aliás, não é a primeira vez que as "pelas costas" são jogadas sobre mim. Mas, dessa vez, o alvo foi errado.
Quantas vezes sangrei por isso?
Menti. Disse que desabafei. MENTIRA. Sim, falei de um problema que se relacionava ao ser. Sim, falei. Mas a sua sensibilidade tão inexistente para caminhos que não sejam os dela desviaram o assunto. Para o velho debate: "Ai, ele voltou à minha cama... Ai, ele está tão amoroso..."
Sim, cometi um erro. Recomendei PRUDÊNCIA. Sim, esse foi o erro que fez determinado ser criar o drama, montar o palco, preparar o ator, o soldado. O que este soldado botaria na cabeça é que a pessoa que vos fala não está grávida, não está esperando um filho dele... Graças a Deus, de um erro mortal me livrei.
Sim, não estou grávida.
Mas, claro, do que importa eu quase sucumbir a uma pressão superbaixa? A única coisa que faria era uma mãe se afundar em uma depressão ainda evidente. Mas, claro... A mãe não espera um filho dele.
Egoísmo.
Não, manipulação.
A rainha branca venceu. Pelo cansaço, pela injustiça, pelo golpe mais forte. A concorrente que não era nada para ela, enfim sumiu. Depois do escândalo, um vídeo com o "eu te amo". Cadê o passar mal?
Esperava apenas o estouro.
Sinto apenas nojo. Vomitaria, se pudesse.
Mas não merecem.
Que se mereçam, é melhor. O único sentimento positivo qu possuo é pela criança - pequena viva alma que aprendi a amar. Não será a única que amarei de longe.
Uma alma viva que nasce dos cadáveres das minhas dores.
Uma alma que Deus abençoará.
Enquanto isso, uma nova porta se abriu. Pessoas que eu tinha em estima me salvaram, me deram tanta força...
Gente que já tinha escutado minhas lágrimas, as viu de novo.
E a velha sentença repetida:
"Eu falei que não prestava... Que seria capaz de te ferir de novo... Você é uma teimosa..."
Sim, eu nunca me deixei seduzir de todo por ninguém.
Minha maior glória.
Que a rainha branca triunfe. Ela venceu. A armadilha foi lançada, o soldado caiu e se tornou escravo... Eterno? Não sei. E, juro, não me importa.
A maga que curou minhas feridas enquanto cuida das suas próprias, me defendeu sem nada dizer. Porque, antes de tudo, havia lido cada palavra. Ou, pelo menos... "Se houvesse um botãao curtir em bate papo, ela teria curtido o que postei"
A espada lançada errou. Mira péssima. Nunca se ouviu falar que um raio não cai no mesmo lugar duas vezes seguidas?
Da tempestade, uma luz no fim do túnel. Um sorriso. Uma mudança
Uma nova era se aproximando.
Quero recomeçar. E essa é a hora. A peregrina solitária se despede da cidade maldita, quer correr e enfrentar um novo mundo, vasto e desconhecido.
Uma nova história, quiçá com velhos personagens.
Mas, sempre renovada.
Que os mortos descansem sob a terra do presente. Não aceito mais intrigas, ciúmes, cinismos, manipulações.
Mal a mal, estou livre.
E preciso, mais do que nunca, ser feliz.
E SEREI!
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