segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Algo sobre eles...



Sabe como é, é a trilha sonora do texto de hoje. Ouça até enjoar.

Estava aqui, eu, num dia como hoje: frio, morgado, desses que até as aulas são morgadas (um aluno só por horário, e ainda sou dispensada mais cedo), que o extraordinário dos dias te dá medo (um senhor querendo jantar comigo, isso me assusta deveras) e que tudo o que você mais quer é vestir um camisão e ver uns filmes antigos dos Trapalhões, pensar em como a vida era simples e como minha atual solidão é reflexiva.
E, de repente, lembro deles.
Dos homens que amei, por quem me apaixonei.
Não quero aqui dizer nomes, não quero citá-los como deveria ser. Preciso? Não. Há coisas que eu não preciso soltar de todo para confessar às minhas almas caridosas que pairam por aqui. Há coisas que podem ser ditas, sem ferir o direito de alguns de não serem revelados. E o meu direito de me expressar, ou não.
E prefiro os dois direitos, deles terem o segredo, e eu a opção de não revelá-los.

Há quase dois meses que estou sozinha, de fato. Após um momento com um amigo, algo que não sei mais se se repetirá, pois dependerá das minhas conclusões daqui pra frente, e dele também. Um momento mais do que louco, mas capaz de me tocar no que me tange ao respeito, ao afeto - que não se pode ser chamado de amor, mas que transcede ao sexo. Ainda bem.
Mas não é desse cara que eu quero falar. Ele será pelo tempo que durar, um amigo muito especial. Mas só isso. O meu coração está fechado pro amor.

Aí eu indago: por quê?

Não sou mulher de esquecer meus sentimentos, seja uma paixão ou um amor. E quando ele ainda está, de alguma forma, vivo, piorou. Ainda que eu saiba que esses meus sentimentos tronchos não morrem de todo, ficam como belas lembranças dos tempos em que eu senti, escrevi, chorei.
Uma vez falei de três homens que mudaram a minha vida e minha visão para o amor - e para as pessoas. Mas, confesso que destes, apenas um amei, por um me apaixonei perdidamente, por outro senti um afeto confuso que se espelhou no sentimentos dele e que quase nos destruiu. Entretanto, não foram os únicos - houveram mais 3 homens que marcaram meu peito, mas apenas acrescentaram a certeza de que "o amor não nascera para mim".
Dramático, não?
Pior que é sério.

Desses três, a mesma questão... O primeiro foi minha primeira paixão platônica, um rapaz inteligente da escola com quem me encantei logo de cara, na primeira conversa - e que, de cara, foi o tema da minha primeira redação na nova escola (uma redação descritiva, lembro bem.). Contei a uma amiga , e ela (com toda boa intenção de uma amiga desencanada, mas nada consciente de minha timidez excessiva) foi contar a ele, fazê-lo me olhar. Ai, meu Deus! Lembro dele me perguntando e dizendo que me via como amiga, e a besta aqui negando. Meus 15 anos, nem tinha chegado na puberdade, nem tinha menstruado... Era uma menina, e sabia bem disso. Antes dele, achava os garotos idiotas e/ou arrogantes demais (considerem que era a guria solitária, zoada pelo resto do mundo e que não tinha uma palavra boa por ninguém no Imaculado, no que tange aos alunos, claro!). Encontrar alguém como ele foi um marco ao qual não resisti.
Mas, o ano foi passando, eu não o esqueci. Mas, em meio a ele, surgiu o seu amigo, alguém que em nada se parecia com ele, e que acabou virando o protótipo daquele carinha pelo qual meu coração bateria daqui pra frente: gordinho, meio intelectual mas sem grandes notas ou brilhos, que me fazia rir e que se tornara meu querido companheiro de telefonemas e de bilhetinhos em sala de aula, alguém que foi meu muso poético por dois anos inteiros.
Mas não namoramos. Pensamos até nisso, mas... Éramos evangélicos, e ele acreditava que nosso namoro não era de Deus. Sofri horrores, morri de ciúmes dele e de uma antiga grande amiga nossa, que eram superpróximos na época. Mas continuamos a amizade, vivendo como dava. Por isso, eu sei que o amava, de verdade. Vivi mais com ele que o amigo que mexera comigo antes (ele só estudou conosco por um ano, o outro ficou até o final do ensino médio), e ele era capaz de me emocionar como poucos.
Mas, acabou os anos e escola, foi cada um para o seu canto. O primeiro é engenheiro; o segundo é líder evangélico. E sei que são felizes assim.

Cheguei na universidade, e tive uns encantamentos de cara. Um meio louco (eu era superinocente no fator drogas e achava um colega de turma chapado até os cabelos um cara fascinante. Hoje ele ainda é fofo, mas uma pessoa adoravelmente séria e sóbria =) ), um amigo chato de doer (que tinha umas frescuras que amava, e depois descobri que era um affair de um grande amigo meu) - mas paixão mesmo eu senti por um colega de DAHIS.
Não me perguntem porquê: o cara era bonitinho, tinha olhos verdes que me chamavam a atenção. Mas era um típico menino rico, que polemizava mais que tudo. E que era apaixonado pela minha melhor amiga.
Eu respeitava, mas guardava esperanças, pois convivíamos juntos e era bom estar falando com ele. E, numa festa, acabamos ficando - para a diversão de muitos colegas nossos. Algo mesclado a Double You e Lulu Santos.
Depois, o clima ficou estranho, ele ficou com outra moça na minha frente - e eu sofri. Talvez a depressão mais monstruosa que tivera até então - e que superou até mesmo a que tive anos depois, pois na última eu sabia que tinha boas lembranças e sinceridade aos potes - naquela eu nada tivera, nem certezas. Apenas uma mágoa equivocada, já que não houvera nada para tal, e uma sensação de ser um zero à esquerda, para ele.
Mas, sabe o que foi hilário, de fato? Meses depois, já começando o namoro (que faz parte da segunda etapa da minha vida amorosa, a que realmente valeu), ele me deu uma carona. Foi quando ele me contara que adoraria que certa ficada se repetisse, "mas agora você tá namorando, né?". Juro que eu ri e que pensei: se tivesse me dito isso um mês antes talvez as coisas tivessem sido um pouco diferentes - mas vou confessar que já não havia tanto interesse. Ficou as recordações de uma noite louca e ousada (naquela época foi sim) para mim, ao considerarem que, até então era uma moça virgem e que tinha um nível de experiências de vida comparável a de um feto. Fato.

Mas, depois de resumida a história, você me pergunta: o que diacho uma canção dos Beatles se encaixaria aqui? Essas seis pessoas, esses seis seres que um dia me tocaram a alma e deixaram cicatrizes ora imperceptíveis, ora horrendas, tem um algo que não se explica. Não é a beleza, a inteligência, a coragem, os humores. Era algo. Um algo que me atraíra, e que é diferente em cada um. Um algo que, se dissociados desses homens, montaria um homem perfeito - quiçá um "homem nota mil"? Um algo que ninguém compreende que eu ame neles, já que nenhum era unanimidade entre os meus.
Mas que eu amava, amo, e sempre amarei.


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