segunda-feira, 4 de julho de 2011

Por quê, por quê, POR QUÊ???



Eu tenho tentado.
Eu tenho tentado muito.
Sem forças, mas eu tenho tentado.
Sem entusiasmo, sem muita energia.
Mas tenho tentado mesmo assim.

Eu tentei tanto, ao longo de tanto tempo, que percebo agora que me sinto cansada, que me sinto sem propensão a querer estar perto das pessoas que podem me achar a um olhar, a um sinal. Tenho conseguido, me afastar daqueles que podem alcançar o mais íntimo em mim - e, sinceramente, são poucos, muito poucos, que assim o conseguem.
Consegui me livrar de um, com certa dor. Dor que permanece, mas que sei ser necessário.
Do outro, também. Esse era o que mais me pertubava, por fazer sair de mim o que trago de mais tenebroso, de mais ruim, de mais assustador. Talvez tenha sido por medo, do que o último olhar me trouxe. Não sei... Mas foi necessário.
Faltava apenas um. O que, de certa forma, é o que mais se esforçou, nestes últimos tempos.
E o que menos conseguiu, de todos eles.

Hoje era o dia. O grande dia de fechar as cortinas, acabar com o teatro. Cumprir o último ato do meu ritual macabro de solidão.
Eu pretendia me afastar de você.
Eu queria - e quero - que você busque outra pessoa onde espelhe o seu futuro.
Tenho exposto a parte mais nociva de mim. A face monstro no quadro, não a doce figura física.
Tenho revelado meu lado mais cruel e injusto.
Hoje mesmo, já falei aquilo que talvez tenha sido o meu rasgo de sinceridade maior: Aquela Thaís de antes MORREU! Está congelada, hirta, acabada, não vai mais voltar. A menina sonhadora desapareceu. Não existe mais capacidade de amar, de sentir paixão, de sentir... Enfim, não vou repetir o discurso aqui.
Foram palavras permeadas de ódio.
E lágrimas, odiosas e inconvenientes lágrimas.
Eu não fiz a pergunta, mas ela ficou suspensa no ar:

POR QUÊ VOCÊ AINDA ESTÁ AQUI???

Caramba, naquele momento eu estava acabando tudo! Eu estava dando o direito de você ter uma explicação para eu sumir em paz, o que outros não tiveram - e nem o souberam de todo. E você ainda me diz que não vai desistir???
Sim, você me disse não.
Que ia tentar.

E também me explicou.

Disse que, nos últimos tempos, havia se ligado a mim de uma forma maior do que tanto e tanto tempo que nossas vidas se alinharam uma na outra. Se sentia dependente. Sentia que me conhecia mais e mais do que há anos atrás. Que, de uma forma deturpada, era aquele ser alquebrado, destruído, inanimado, sem ao menos ter forças para voltar a escrever com um pouco de esperança... Era isso aqui que você queria.
E você não sabia me explicar o motivo.

Como posso dizer adeus à você; quando eu percebo que lhe olhar significa olhar para mim, há menos de um ano atrás? Significa ver um pouco de luz, um raio de luz a formar um arco-íris no seu coração, a força que faz fazer loucuras que talvez nem sejam tão loucas assim, mas que o são pois, antes, nunca foram feitas para alguém... Como posso ser capaz de querer ferir quando eu sei que fui ferida quando estava daquele mesmo jeito? Que monstro cruel, foi esse que eu me tornei?

Abracei-lhe. E isso calou um pouco o que eu sentia, pois percebi que, ali - de certa forma - eu estava abraçando aquela que eu fui há tão pouco tempo atrás.  Alguém que não posso machucar, pois não quero repetir os mesmos erros de outro ser. Alguém que, por tudo o que me fez e já suportou, não posso deixar.

Mas, dessa vez, farei diferente. Deixarei o tempo passar. E não desistirei da minha meta. Talvez, seja dessa forma que lhe darei, pessoa, a sua liberdade de volta.
A liberdade para você encontrar um novo e sincero amor...

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Será que você também aguenta esse aqui?

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