sábado, 28 de maio de 2011

A marca (e a falta) de uma lágrima...


Quando verem esta foto, não pensem vocês, logo de cara, que eu estou deprimida ou coisa assim. Acreditem-me; não estou. Apenas achei esta foto em meu arquivo e decidi colocá-la aqui...
Sei lá, talvez por acreditar que há poética neste papo de tristeza. Que há beleza na dor.
Eu mesma não consigo entender meus motivos, só os vivencio. E o ato de vivenciar, não se explica...

Aliás, está difícil escrever. Tenho me tornado estranha e relativamente reservada quando o assunto sou eu, é a vida que vivo. Não sei explicar bem: agora é que estou criando forças para seguir em frente, para encarar o mundo como "um prato de comida", onde eu, faminta, devo me fartar.
Foi um preço a pagar por me forçar a renunciar aos meus sentimentos. Mas, tudo passa - eu bem sei.
Mas, olhar essa foto me lembra a falta dela - da lágrima - em meu cotidiano. Deixei meus caminhos tão rapidamente, que acho que perdi um pouco a técnica do choro para trás.
O choro que limpa a alma, que desabafa o sofrimento.
Eu sinto falta dessa lágrima, desse soluço.
Eu sinto falta de chorar de verdade.

Nunca me importei muito de ser chorona, não quando se havia banheiros para, prudentemente, esconder o seu ato às pessoas incompreensíveis. Aquelas que prejulgam o sofrimento, a dúvida, a tristeza como caracteres "emo". É muito fácil julgar, classificar... Complicado mesmo é ser.
Complicado é saber chorar sem que se caia no limite do "normal"... E desde quando se existe normalidade no choro?

Eu odeio não chorar.
É como se minhas forças fossem de rocha pura, de ferro maciço, de aço. E eu não gosto de ser de aço. Sempre preferi ser humana, carne e osso (mesmo que seja mais carne que osso...); sempre achei que ser humano, com todos os acertos e defeitos inerentes à raça, era a melhor coisa que poderia acontecer comigo. Não tou dizendo aqui que é fácil aguentar essa carga de ser humana, vejam bem: mas é inevitável sofrer, é inevitável a escuridão. Todos os dias possuem noites... Nem todas as horas o céu pode ser azul.
Talvez por isso essa foto. Para, onde quer que eu esteja, a contemplar e perceber que eu só acredito em mim, quando choro e sonho...

E podem me chamar de emo o quanto quiser, não é a quantidade das minhas lágrimas que me farão maior ou menor... São os sentimentos que as inspiram que o fazem...

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Será que você também aguenta esse aqui?

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