![]() |
O motivo maior para que eu NUNCA use barriga de fora... ¬¬ |
Ela se olha no espelho.
Todos os dias, todos os espelhos.
Ela se examina. Se apalpa. Investiga com olhos críticos cada centímetro do seu corpo. Cada mancha, cada (falta de) curva, cada músculo, cada partícula da sua pele.
Ela olha bem pra si... Para cada detalhe.
E se convence... Não vai dar certo.
(Não adianta ficar conjecturando. Ou cê vai pra uma boa academia, ou caminha, ou faz uma senhora dieta e exercícios, que milagre não acontece de graça.
"Rapadura é doce, mas não é mole não!")
Ela sempre se analisa.
Se pesa.
Se calcula.
Sempre se acha gorda,
desajeitada,
boba e pouco sedutora.
Ela sabe que, para o cara certo, isso pouco importa.
A pergunta é: quem seria esse cara certo?
Isso não mudará o que ela sente por seu corpo.
O que não mudará o fato dela viver nele.
(Pombas... Onde é que podem chamar a cê de "gostosa"? Isso é pura jogada de marketing, pra comprar o produto - FATO!)
E ela pára.
Vê uma roupa.
Acha que tá bem...
(por 5 minutos)
Acha que tá médiano...
(por meia hora)
Depois acha que não dá.
(e essa é permanente)
(Filha, desista! Cê vai continuar assim, ó: tosquinha! Melhor é cê se cuidar pra não piorar o departamento...)
Mas ela olha um pequenino detalhe.
E se anima.
Ainda tem uma parte de si que vale a pena sorrir.
E vale a pena até insinuar, não mostrar.
Outras partes, há anos ela esconde.
Ou mostra, mas é muito raro...
...
Mas, na verdade, tudo se resume ao corpo.
O corpo dela.
Apenas um corpo.
Entre bilhões de corpos do mundo.
Um corpo só.
O dela...
(Eu sei... Mas ainda assim, cê vale a pena, ouviu?)
E assim, ela abandona o espelho.
................
Pelo menos, por hoje.
Nenhum comentário:
Postar um comentário