FAMÍLIA: s.f.(a)
1- Grupo social fundamental na sociedade, constituido basicamente de um homem e uma mulher e seus descendentes.
2- Grupo de pessoas de ancestrais comuns.
3- Unidade do crime organizado.
4- Grupo de indivíduos de caracteres comuns.
5- Gramática. Conjunto de vocábulos do mesmo radical.
6- Linhagem.
"Família! Família!
Papai, mamãe, titia
Família! Família!
Almoça junto todo dia
Nunca perde essa mania...
Mas quando a filha
Quer fugir de casa
Precisa descolar um ganha-pão
Filha de família se não casa
Papai, mamãe
Não dão nem um tustão..."
(Titãs - Família)
Sim, eu tenho família.
Um povaréu espalhado, que fica tão longe - mas, às vezes, tão perto...
Por tempos, fiquei pensando, imaginando, calculando o que seria de mim se não fosse essa louca, complicada, difícil, insana família...
"Família êh! Família ah!
Família! oh! êh! êh! êh!
Família êh! Família ah!
Família!..."
Poderia dizer que somos muitos, mas na verdade somos 4.
Pelo menos, no começo.
Durante 21 anos, tive vocês 3 juntos a mim, de alguma forma.
Minto...13, 14 anos.
Quando falo juntos, é viver na mesma casa, é sempre se ver, se falar, se tocar (às vezes)...
A primeira perda foi meu pai.
Não, ele não se foi, naquilo que chamamos de morte.
Não, ele não se separou de mãinha... O amor deles é mais forte.
Ele apenas mudou... Vitória de Santo Antão, durante 6 dias da semana, abriga uma parte de mim. Fisicamente, a mais parecida.
E os fins de semana ainda são curtos...
(Neste domingo que passou, ele saiu de seu silêncio habitual pra me pedir ajuda para avaliar um relatório de trabalho. Nem imagiina como, de uma forma louca, fiquei feliz!)
A segunda perda foi meu irmão...
Meu velho, instável e querido irmão...
Se bem que não foi uma perda,
foi um acréscimo.
(na verdade, 3 acréscimos)
Rio Doce agora tem a ele, a minha reboladeira e bagunceira Mikinha, a minha delicada e sempre vitoriosa Vivi e a mãe delas, a Polly.
Acréscimos... Mesmo a 15 minutos de distância.
(Vez ou outra, a gente se fala. Não, nunca mais brigamos. As vidas em paralelo nos impedem. Mas, às vezes, ao olhar as loucurinhas da minha sobrinha mais velha, é como se eu o visse menino de novo. E dá uma puta saudade.)
Restou apenas a minha mãe no cotidiano...
Ela, a ferinha ruiva que tanto amo e tanto contrario.
Ela, que se preocupa comigo a ponto de, muitas vezes, ser cruel.
Ela, que sabe como estou de cara.
Ela, que torce silenciosamente pra que eu tome vergonha.
Ela, com quem divido algumas coisas.
Ela, que eu queria sempre do eu lado e que vai doer pra cassete a saudade quando chegar a minha vez de partir... E vai ser breve...
"Família êh! Família ah!
Família! oh! êh! êh! êh!
Família êh! Família ah!
Família!..."
Minha família. Meus elos. O que começou a fazer com que eu fosse eu.
Onde eu descobriria que seria capaz de brigar, se não fosse as guerras com meu irmão?
Onde eu saberia que amava escrever, se minha mãe não tivesse me estimulado?
Onde eu saberia fazer manha, se meu pai não existisse (tá, eu usei muito pouco com ele...Revido com os homens!)?
O que seria de mim, se não fosse esse eterno "Quarteto Fantástico"?
^^
Obrigada por existirem, viu?
Eu amo...
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