sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Viajando...(impressões de um Rio Doce/CDU numa sexta de manhã)


Hoje de manhã, fui fazer umas tarefas de urgência pela rua. Andei um pouco, esperei horrores, para enfim concluir meus deveres e rumar para a Universidade. Como estava na Pan Nordestina, tinha que encarar o "longe pra cacilda"(*), o 920 - Rio Doce/CDU (o outrora "Visão do Inferno" de meu passado nada distante...).
Pra falar a verdade, no cotidiano matutino, odeio pegar o Rio Doce. Sou mais correr atrás do "lotado pra cacete" que é o 906 - Paulista/Macaxeira. Tá certo que são 3 terminais até a UFPE (um deles é só parte do caminho, eu não desço lá, o da Caxangá) e a lotação é ruim, mas é mais barato e dá para fazer uma caminhada até o terminal tranquilo e calmo. O 920 é somente para a noite, para quando eu fico cansada e quero mais sonecas e menos lotação no ônibus seguinte (esperar do Maranguape 1 isso ainda me é uma utopia distante), mesmo que eu chegue no dia seguinte em casa (leia-se: mais de meia-noite), entretanto durmo mais e curto a noite na orla de Olinda, a brisa marinha, mesmo que seja por poucos minutos. Mas vale a pena, sempre.
Enfim, mas hoje eu não podia me dar ao luxo de tal opção, e não tava com coragem de pagar menos e enfrentar o metrô e o terminal do Barro... Pois é, lá fui eu no velho de guerra.

Fui sentada (já não é mais milagre, por conta da hora e da nova situação do ônibus), pensativa, olhando todo o caminho com curiosidade. A Caxangá nem tanto, passo por ela muitas vezes. Mas a Madalena, a Encruzilhada, o Espinheiro, a Estrada de Belém... Tudo isso faz parte de caminhos que percorri por muito tempo. E como um ano muda as coisas! Prédios que eu vi iniciarem os projetos (ou seja, destruindo belas casas históricas pra o avanço da modernidade) na Torre já estão quase prontos, um deles já com cara de estar sendo habitado. A praça com as obras de arte continua lá, mas sem as telas - será que o pintor parou de vender? Será que ele só chegará mais tarde? O local que hospedava um rinque de patinação e matinês juvenis está sendo reformulado e me parece que vai ser uma boate juvenil. Há um prédio para formação de professores ali perto, da Prefeitura. As lojas da Encruzilhada com roupas vistosas. A igreja do Espinheiro aberta, linda e imensa (e eu nunca entrei nela). Enfim, meus velhos caminhos estão novos, mas ainda estão ali. Um misto das filosofias de Heráclito e Parmênedes em pleno sol das 10 da manhã, em um piso asfaltado.
Impossível dizer o que senti. Foi muita coisa. O tempo passou, e tanta coisa mudou. Pensei em músicas, em o que eu ia colocar hoje por aqui, em tantas histórias para um conto, um romance, algo longo que me faça escrever e perder tempo, e pensar em algo longe da realidade minha. Pois é, há muitos problemas que ainda me perturbam: Uma tomografia marcada para esclarecer as minhas enxaquecas diárias e ver se há alguma relação com o meu desmaio em Fortaleza; uma mãe que está revoltada com a possibilidade e propensa a queimar o responsável pela crise emocional que me levou a isso para conter; histórias minhas que ando vivendo e que eu não sei como controlar; meus sentimentos ainda tão intensos e instáveis; minha sensação de solidão constante. E pra variar, trabalhos acadêmicos. Muitos. Um feriadão sem graça, com o consolo da festa de 1 ano da filha da minha melhor amiga, que eu quero e vou ir - é uma promessa, nem que seja para comer as trufas (hahahahahaha).
Tem muita coisa ainda em minha vida. Meus amigos, reais e virtuais. Meus amores, minha família (tá quase a música do Rappa, esse trecho aí!). Meu mundo. Meus projetos para 2011. Não me esqueci deles, ainda estou aqui. Ainda estou viva, Papillon! E não me esqueço das tuas palavras, meu mestre eterno.Eu vou saber seguir. E dar a volta por cima, como tu destes.
E por estar viva, agradeço. Agradeço por esta viagem, por estar aqui agora, em meu computador favorito no Lab. do CFCH, por estar com meu chocolate branco, meu fone de ouvido,  sem a minha enxaqueca (graças a Deus!), sem a minha alergia chatérrima, olhando pela janela com um filtro violeta a beleza de um dia de Sol e de um céu azul. Agradeço por tudo o que tenho, de bom e até de ruim. Vale a pena ter isso, para crescer.
Enfim, quase uma hora de viagem que me valeu o dia.


(*) O "longe pra cacilda" não é a denominação 100% correta, mas digamos que é a mais cabível para este espaço de blog... kkkkkkkk!

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