terça-feira, 14 de setembro de 2010

O romance da estrela-do-mar e do Sol.



(texto criado em 10 de setembro de 2010)



Uma estela-do-mar não é algo muito fácil de ser achado. 
Não é como uma estrela comum, apenas o brilho de algo que não mais existe. Esta vêm do mundo instável - "o mar, misterioso mar" (Caymmi, que seja válida a sua citação) - e é real, palpável. Não é lá extremamente bonitos a alguns olhos, mas para alguns, é a coisa mais bonita e vivaz que pode existir.
E não é muito comum ele ser visto fora do mar.


Um Sol é, na sua análise mais direta e clara, uma bola de fogo. Por mais simples que seja a definição, ninguém conseguiu, até agora, se aproximar sem sofrer, sem compartilhar de suas chamas; e nunca será capaz de entender a sua complexidade, sua composição por inteiro.
É capaz de dar calor, mas também de queimar. É visível por vezes, noutra se esconde entre as nuvens. 
Não tem lugar fixo, tem a obrigação de seguir, a sua sina deve ser cumprida, de ir iluminando cada parcela do mundo.


Eis que, num dia, a estrela e o Sol se encontram.



Como terá sido a reação da estrela marinha ao ser tocado diretamente, ele que nunca sentira a não ser através do mar, o calor do Sol?
Como o Sol deve ter se sentido quando se viu iluminando aquele ser, que vivia oculto no oceano?
Acontece...
Que uma estrela-do-mar não pode viver longe do seu mundo, não é um ser celeste, como as brilhantes e distantes irmãs celestes.
E que o Sol não pode ficar para sempre imóvel num único lugar, tem que seguir, sem segundo para descanso, sem pouso, nem constância.

Então, a estrela voltou para o mar.
E o Sol tornou a caminhar pelo céu.
Mas ela levou consigo o calor mais forte, que nenhum da sua espécie havia sentido de tão perto.
E ele, quando olha para o mar, lembra-se que um dia teve a dádiva de ver, conhecer e tocar este ser tão incomum.

Por mais inacreditável que seja, por mais curto que tenha sido o tempo, os dois se amaram.
E hão de levar, para onde forem, o sentimento dentro deles.


E, se for da vontade de Deus, quem sabe um dia não se encontrarão novamente?

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