terça-feira, 18 de agosto de 2009





Diga ao mundo que eu não existo...


Que nunca existi.


A menina que luta, a menina do mundo, a menina que interage, a menina que conhece...Ninguém a conhece, ninguém a vê.
Porque ela nunca existiu.


Existe apenas um corpo,
Um estigma, um protótipo.
Um pedaço de carne e osso.


Mas não essa menina.

Existe em mim um poço de solidão.

Uma solidão indissipável, indissociável, impossível de ser explicado ou extripado.
Uma solidão que é a minha mais fiel companheira.

Está sempre comigo, desde o nascer até a morte, onde quer que eu esteja, como quer que eu me sinta. Ela me acompanha.

Mas ela não é negra, augorenta. É como uma noite escura, que tem a mutável Lua a iluminá-la - ou não - em seu céu. É onde eu me sento e vejo o tempo passar em meus dedos, e não sinto medo. Não temo mais o que se tornou parte de mim.

Confesso que tenho mais medo da luz do que da sombra. O Sol um dia haverá de "morrer". A perspectiva da noite é iminente. E ela não mais me apavora.
E sabe o porquê?

Não é a tentativa de ser só (eu também quero estar junto das pessoas), ou algum culto à outro Deus (meu passado e meu íntimo me condenariam); mas a necessidade de que, mesmo com uma multidão por perto, sempre haverá em mim, a partícula de ser só.

Pois nascemos sós, e morremos sós.

Não é justo que a solidão só viva nos extremos da existência.

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