sábado, 10 de junho de 2017

Beirando.

Há muito tempo (quantas vezes digo isso?) não escrevo aqui. Hoje, senti vontade. Hoje, com a insônia e uma prisão de ventre dolorosa que me veda o sono.
Não é só por isso.
É porque beiro a uma depressão.
Mais uma vez.
Uma crise byroniana, como dizia antigamente. A diferença é que, muitas vezes em que colocava esta nomenclatura, estava apenas citando a minha lancinante, minha então mais-grave-que-tudo questão da solidão, das dificuldades de relacionar-me que atravessava.
Um problema mínimo, vindo da "menina de apartamento" que, aos 20 anos, era imatura em milhões de coisas.
Claro que não estou aqui tentando insinuar que amadureci.
Mas, acredito que minha ideia de depressão e problemas evoluiu bastante de lá pra cá.

Você talvez não saiba, leitor, o que é acordar e se sentir sobrecarregada.
Fracassada.
Velha.
Infeliz.
Pedindo, implorando pela solidão.

Sim, eu - que um dia sentia a solidão como inimiga - estou pedindo por ela. Estou implorando por ela.
Estou como o tempo, neste momento.
Alternando-se entre o Sol e a chuva.
Nada garante que o dia que começa bem, acabará bem.
E tudo foge do lugar quando não tenho um ponto de apoio
Um caminho.

Poderia pedir socorro. Mas estou cansada.
Estou cansada de ser a coitada.
Estou cansada de me sentir um algo descartável.
Estou cansada da vida.

É família - dinheiro - profissão - universidade - futuro - amizades perdidas - dias cheios - pouca diversão - doença física - estresse - cansaço - preocupações -  perdas - decisões...

 Ah, tenho que informar:
Pela primeira vez na vida, o amor não é problema.
Porque o amor não é problema.
Nossa forma de lidar com ele, sim.

Não é por amor (ou problemas acerca dele) que vou ancorar minha vida no meio de um oceano de inquietude, vontade de não prosseguir, cansaço e tédio enorme da vida.
Esta fase, espero nunca mais atravessar, obrigada.

Eu estou tentando.
Continuo tentando.


Mas, porra, eu tenho que admitir que estou sofrendo.
Foda-se, eu estou.

E, se ninguém ainda se deu conta disso, uma pena. O que não vou deixar é de falar. De gritar.
Não porque eu quero me fazer de coitada.
(não preciso, obrigada.)
Mas, porque, calada, eu morro e me mato muito mais.

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