sexta-feira, 5 de julho de 2013

Cinco dias.






Cinco dias de greve;
cinco dias de "encastelamento".
Me sinto confusa, desalinhada, perturbada: nada me é mais complicado do que me ver totalmente fora da rotina, ver a minha defesa cotidiana (o correr, o eterno correr) se esvaindo no passar dos dias.
Não que o descanso, os momentos fora do habitual não compensem.
Recuperar o sono, ler os textos do curso com calma, ouvir músicas, ver filmes...
Sim, é uma boa, não nego.
Mas, ao mesmo tempo, caiu em um período extremamente complicado da minha existência;
abriu o peito, que há muito pelejei para manter fechado, frio, intocado.
Eu não queria destruir tudo aquilo que consegui montar em anos, longos e dolorosos anos.
Não queria sentir. Pelo menos, não queria SENTIR TANTO.
A quebra da rotina levou junto o quebrar da minha amargura, que eu cultivava como quem precisava de um alimento vital para viver, e que, com seus espinhos, sufocava toda e qualquer ameaça de sentimento que me ameaçava virar a cabeça.
Eu tinha conseguido levar as coisas como uma exilada, como alguém que evitava qualquer situação que me partisse mais ainda o coração. Em especial, após os últimos abandonos.
Eu estava tentando, eu juro!
No entanto, no entanto mesmo, a verdade é que não se pode fugir de si mesma. De tudo aquilo que forma a sua persona, de tudo aquilo que é vivo dentro de si, querendo ou não.
E eu juro, eu não queria que isso tivesse tanto vigor de vida.
E lá vou eu, tornando a sonhar com coisas impossíveis! Belo karma...

E lá vou eu, mais uma vez, descontar essa fraqueza em solos de guitarra. Em músicas psicodélicas. Em caminhadas longas por Maranguape 1. Em textos e poesias.
Mas, dessa vez, está difícil sufocar. É um turbilhão.
Estou no olho do furacão.
Meu Deus! Aonde isso vai acabar...?



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