quinta-feira, 27 de junho de 2013

Devanear.

Sim, eu tenho alguns devaneios. Alguns voos da realidade – impossível evitar, na verdade.
A idade deveria atrapalhar; se eu não me considerasse muito aquém da idade física. Quase uma criança em muitas coisas.
A vida corrida que levo deveria ser um entrave, se eu não soubesse fugir dela sem ao menos estar consciente desta fuga. Na maioria dos casos.
Tudo e todos deveriam ser obstáculos, dificuldades.
Mas, na verdade, não são.
Eu, ás vezes, vago por um mundo impossível, improvável, imprevisível. Desses mundo que nem mesmo a melhor das cabeças poderia criar: uma mescla de tudo o que li, ouvi, vi e o que reside nos meus sonhos.
Neste mundo, eu seria bela, exuberante, invencível, forte.
Como não me embrenhar na imaginação, quando se vê tão incrível assim?
Apesar de a minha vida real ser tão forte e intensa quanto o sonho – a meu ver, por até as dores trazerem aprendizados, não adianta... É nesse mundo onde sou capaz de tudo, consigo tudo.
Mas, mesmo os devaneios caem na real.
E mesmo na vida real, roubo um pouco do devaneio. E, dessa forma, é que, por vezes, acredito piamente que sou forte, que sou bonita, que posso conseguir o que quero.
Talvez seja por isso que não posso deixar de devanear.


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