domingo, 22 de abril de 2012

Seis meses.



Não, o tempo não é linear, não é impreciso, não é tolo.
Ele se mede pelos atos,
pelos fatos,
pelos sentimentos...

Seis meses.
Metade de um ano.
E as coisas estão melhores... Seria um pessimismo imenso da minha parte dizer que não estão. As coisas seguem, as histórias não param - e é nessa premissa que eu encontro esperanças para poder acordar todos os dias.
Quem imaginaria que, em seis meses, uma estudante decepcionada de História se tornaria uma caloura atarefada de Letras, em outra Universidade Federal? Eu mesma me surpreendo ao pensar: quantas pessoas por aqui queriam estar onde estou? E considerando que, há seis meses atrás, exatinho (ou quase), estava às voltas com a prova do ENEM... Prova essa que planejava fazer desde 2010, cuja chance de tentar caiu no ano seguinte, ao conquistar a isenção e cumprir todo o protocolo... E estudar pouco, embora eu tivesse até tentando entrar num pré-vestibular (mas, o trabalho não me deu tanto tempo como precisava); e com o estopim - não o começo - da doença da minha mãe a perturbar meu parco juízo, me fazer sofrer aos bocadinhos...
A surpresa de uma nota razoável, a tensão de cinco dias do Sisu... Até me ver aprovada. E ouvir do meu pai as palavras: "Deus te deu uma segunda chance. Veja se aproveita!"
Só me doeu por essas palavras não terem saído da minha mãe, em momento algum.
Quem imaginaria que, por um mês e meio, encararia a solidão, a necessidade de morar sozinha? Sentir-me só foi terrivelmente bom, aprender a me virar sozinha, durante 5 dias da semana... Se bem que isso foi algo mais recente.
Mas serviu para eu entender que alguns dos meus sonhos - somente alguns deles - precisam se estabelecer como se devem ser: sonhos. E só. Não adianta eu fechar os olhos e ser cega ao que se passa dentro de mim, às minhas necessidades. Eu preciso de mais do que superficialidades, eu preciso de menos do que o furor que passa e marca fundo. Preciso mais da estabilidade, do companheirismo, da sinceridade.
Preciso de alicerces para continuar vivendo.
Escrevendo pouco. Os períodos inspirados são curtos e a vida é muito apertada. Mas não posso dizer que a odeio por ser assim. ;)
Vivendo o que posso... Às vezes, fico perseguindo sentimentos antigos, tirando-os do baú de memória, como aquela velha roupa colorida que não nos serve mais (sim, eu estou citando Belchior; seria eu mesma se nem isso eu fizesse?) - mas que a gente insiste em vestir de novo, tentar adaptá-la ao hoje justamente por amar ou por ter lembranças boas... E, em outras, tento viver como se eu andasse por inúmeras vitrines... Tantas roupas novas, tantas coisas lindas a ocuparem seu corpo, a cativarem a sua atenção... O preço? É só juntar por um tempo e aí, vamos nós, namorando a peça com o olhar... Até que se prova e percebe que, por mais bonito que seja, não lhe faz tão bem.
Uma metáfora estranha, sentimento e roupa.
Enfim, sigo.
Seguindo... Algumas lágrimas, uns dias de desespero, outros de esperança, outros de trabalho, outros de folia... E todos eles, de vida.
De outubro pra cá, pouco mudou.
De outubro pra cá, a vida virou de ponta-cabeça.

O que me virá de cá para daqui a seis meses?

Nenhum comentário:

Será que você também aguenta esse aqui?

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...