sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Obrigada, D. Beth!


20 de outubro. No dia anterior, não sei como dormi. Parecia que o corpo tinha entrado num poço fundo e me puxava para o fundo, para o fundo, para o fundo... Acordei de manhã, lutando contra a força que me impedia de acordar. Minha mãe me olha e diz que estou com "cara de abestalhada" e pálida. Não queria falar, não conseguia falar. Tudo estava seco, morto.
Havia uma decisão, tão negra como a força que me apagara ontem. Mas, minha mãe parecia bem, forte. Havíamos combinado, eu e meu irmão, que nada iríamos falar do dia anterior até ele chegar em casa. Mas, o Destino não deixou...


A minha avó ligou. Também cometi um erro: não devia ter deixado ela atender. Ouvi ela dizer que não estava doente, que não estava escondendo nada (minha avó e suas pressões...). Ao desligar, ela me pressionou a falar. Não precisei, ela lembrou. E seus olhos se apagaram de vez.
Eu estava sozinha, há dias não saía de casa. Numa crise, havia tirado o PC do quarto, havia mandando adeus aos meus amigos. Sim, em parte era a ideia...
Ideia essa que se inflamou ao rever o estado da minha mãe.

Enquanto ela andava, falava, repetia as mesmas palavras, eu peguei papel e caneta. E escrevi uma carta, a carta de adeus. O verdadeiro adeus, definitivo e brutal. Enquanto isso, as opções surgiam: O CFCH? Uma overdose de remédios da minha mãe?
Foi quando me lembrei...
20 de outubro.

Lembrei que magoaria mais ainda três pessoas no processo.
Uma foi meu pai...
Outra foi Diego...
Mas a última...

... Não sei o motivo, razão, circunstância, o nome de Breno esteve na minha mente como uma pessoa que sairia ferida com meu ato tresloucado.
20 de outubro.

Sim! Era isso... Há um ano atrás, era eu quem estava consolando-o, o dando força. Pela ida de D. Beth, sua mãe tão amada.
Que chamei de especialíssima.

Sim, ela é.

Sabe? Alguma coisa aqui no peito me diz que foi o seu espírito de luz, Dona Beth, que iluminou meu peito e fez com que eu parasse a carta. Que as pessoas lessem as palavras loucas do meu Facebook e me ligassem, me mandassem comentários e postagens, que orassem por mim e por minha família. Deus trouxe a senhora para me ajudar, para suportar.
Não está fácil, mas tenho fé. Eu preciso acreditar nessa fé.
Não te conheci, Dona Beth. Conheço um pouco o teu filho, e sei que ele é forte - foi a senhora quem lhe ensinou a ser. Eu creio. E, de alguma forma, está me ensinando também, com a graça de Deus.
Eu te digo: Obrigada! A batalha que atravessamos é dura, mas eu confio nas promessas de Cristo Jesus, e tudo vai dar certo.

Este post de hoje, é um post de esperança.
=)

Um adendo: Deus me mandou uma mãe para cuidar de mim, enquanto a minha não pode. OBRIGADA, MEU DEUS!

Um comentário:

Breno Cavalcante disse...

Menina, tu me fez chorar :/

Será que você também aguenta esse aqui?

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...