sábado, 1 de outubro de 2011

O preço da escolha.


Ando muito preocupada comigo mesma.
Não, não sei se é mais uma crise byroniana, não sei.

Ultimamente, quem tá lidando comigo de maneira mais próxima, sabe a minha intenção de sair de casa, de sair de Pernambuco, de não querer mais ser a mesma que sempre fui nos últimos dias, meses, anos. Eu ando agindo diferente. Eu ando sendo diferente. Sei que muita gente acha que isso é mal sinal, que eu devo estar me metendo com alguma coisa que não preste ("dorgas, manolo?"), mas a verdade é que eu ando muito na minha. Não tenho me excedido, nem me soltado.
Deixo essas coisas para quando não tenho que voltar para casa. Quando viajo. Quando sei que a única pessoa com quem tenho que me apoiar sou eu mesma. Não consigo ser a louca, a "mulher-esponja" que tanto zoam pelo mundo, Só  "With A Little Help From My Friends", para não perder aquele espírito beatlemaníaco comum a mim.
E para mostrar que não estou tão mal assim.


Mas, a barra é voltar para casa. Eu sei o que esperam de mim. Eu sei que justifico as inúmeras decepções que meus pais tem por mim. Mas, não falo que estou tentando de novo. E não vou falar, principalmente agora. Não agora que vejo duas pessoas que muito amo sucumbindo. Não falo de morte, mas falo de sofrimento, de doença, de depressão.
Eu falo de coisas que tem acontecido, e que estão me deixando triste. Que estão lutando com o meu desejo de sair, de não querer morrer sem ir embora daqui, sem viver a aventura de toda uma vida.

Como posso deixar morrer o único sonho que move a minha alma?
Como?
É a única coisa boa em mim!

Eu me lembro quando eu era menina, que chorava e acreditava que, se eu morresse ou desaparecesse, ninguém morreria por mim, simplesmente viveriam. Por alguns instantes de egoísmo, sim, eu adoraria que meus pensamentos pessimistas de criança fossem justificáveis, fossem reais. O que me prende aqui? Não me levem a mal, amo o lugar onde nasci, amo o meu mundinho onde vivi toda a vida, amo o meu Leão do Norte, amo a minha família... Mas eu não nasci para ficar aqui! Eu nunca fui 100% daqui! Será que ninguém neste mundo percebe isso?
Tenho me descoberto mais em lugares que, para o meu lado supersimplório, sempre foram "frufrus" demais. Isso justifica eu me sentir em casa em Boa Viagem, me sentir plena em Copacabana e Ipanema, curtir as baladas de flashback noturnas... Isso faz com que eu, que nasci e vivi num pequeno e superlotado bairro de uma cidade de uma região metropolitana, não me sentir à vontade por aqui.

Mas, não fiquem aí, minhas caríssimas almas caridosas, a me imaginarem num belo e utópico desejo florido, brilhante, cheio de fadinhas e duendes e arco-íris (ai, tá quase o mundo dos pôneis malditos, kkkkkk). Não. Eu sei as dificuldades por trás da vida de glamour - ou pelo menos, uma parte delas. Sei que sofrerei muitas privações. Mas, se eu for desistir, mais vale desistir de toda a vida. E isso pode ser tanto morrer como me conformar - um suicídio sem armas, sem pressa, mas igualmente letal.
Mas, por favor! Eu ainda quero realizar esse sonho. É tudo o que resta da Soledade lutadora que eu era. Sufocar isso, é deixar ir no vento o único grão que resta de mim. Ou pelo menos, da que ficou de mim.

Quero mais do que ser. Quero viver o melhor que eu puder. Quero lutar. Quero ousar (a minha própria ousadia). Não quero ficar, não posso ficar.
Por favor, me entendam. Me perdoem. Mas não posso desistir disso.

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