quarta-feira, 17 de agosto de 2011


O que você procura, afinal?

O que você procura em mim não é nada;
pois, não sou nada, não adianta fingir...
Eu sei quem sou, o que hei de ser.
E o nada - admitam vocês - é o que melhor sou...
Eu sou apenas uma criatura desvairada,
que vive os dias com apenas o sentir
de saudade de um sorriso que não pode mais ver,
de um amor que era tão pouco e se acabou...

O que você procura em mim, não existe mais:
as minhas mortes e vidas cobraram seu preço,
me fizeram mulher de aço, com alma errante,
e me fizeram seguir sem motivo nem rumo...
Sim, agora pra mim, na vida, tanto faz;
você vai me sangrando e eu ainda agradeço
por não morrer mais a cada instante,
por não mais proclamar as dores e culpas que assumo...

O que você procura em mim, talvez nunca tenha existido;
não nasci para você, entenda de uma vez!
Deixe-me desvendar o meu caminho, meu erro,
para que eu possa descobrir a minha verdade...
Não há nada em mim com beleza, justiça, sentido:
sou apenas uma poetisa de tremenda estupidez,
que prepara, a todo instante, seu inferno e desterro,
e que anuncia à todo o mundo, a sua insignificante realidade!   

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