domingo, 9 de janeiro de 2011

Uma égua brava, fugindo da melancolia.



Às vezes, a melancolia me invade de uma forma imensa e brutal. Eu cedo à minha própria fraqueza de ficar procurando cobrir com lencóis os buracos no meu caminho – como se eles pudessem me levar  para a frente sem que eu caia em um deles;  a pior de todas as armadilhas, onde eu mesma me prendo.
Rendo-me à minha depressão, como uma égua forçada a se domesticar, a ocultar do mundo e de si mesma a sua impetuosidade natural.
Mas, eis que um dia, essa mesma égua se cansa de ficar presa às dores e foge, corre pelos campos, cavalga feliz em sua liberdade de ser.
É quando eu me encontro capaz de superar a minha melancolia natural. E correr pelo mundo, mais uma vez.

“Coração atrevido, pernas de curioso,
Olhos de bem-te-vi, e ouvidos de boi manhoso.
E lá vou eu mundo afora, 
Montado em meu próprio dorso.”
(Renato Teixeira – Cavalo Bravo)

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