Olá, prezadas almas caridosas aqui presentes!
Hoje, depois de anos (quase...) sem postar, vou aproveitar o espaço para falar sobre minhas impressões sobre um filme que talvez não vá hitar - porque tem Mário, Cavaleiros do Zodíaco em live action, Guardiães da Galáxia (em breve) e outros filmes, mas a titia aqui resolveu privilegiar um filme nacional e baseado em um livro que está na minha lista de 25 mais (a colocação? Não interessa!) dos que mais gosto. Então, vou aqui colocar minhas impressões sobre NINGUÉM É DE NINGUÉM, best seller da Zíbia Gasparetto (1926-2018), que teve 18 milhões de cópias vendidos.
Vou colocar minhas impressões pessoais, considerando quem leu e quem não leu o livro - e, digo logo, isso não é estritamente necessário, tá? - e evitando spoilers DO FILME (do livro, é outro papo, provavelmente ele já deve ter em PDF por aí e você que lute, se quiser ler). Falarei da história, das impressões enquanto leitora, o que se esperar enquanto não-leitor, das atuações (no meu ponto de vista) e da necessidade de assistir essa obra, seja você espírita ou não (o meu caso).
Sobre a história: NINGUÉM É DE NINGUÉM conta a história de dois casais: Gabriela e Roberto, Renato e Gioconda. Dois casais que vivem sob a sombra do ciúme e do desejo de posse unilateral. A história começa quando Roberto está passando por uma crise profissional e, ao mesmo tempo, Gabriela vive seu momento de reconhecimento na empresa, onde quem chefia é Renato. Roberto passa por uma depressão, e Gabriela tenta equilibrar o clima ruim na casa (eles tem dois filhos) e a ascensão na empresa. Mas o marido não aceita (é do tipo que prefere a mulher em casa, em parte pelo ciúme dela ser uma mulher bonita) e acaba por transpassar essa crise para o outro casal, que também tem dois filhos, mas onde a esposa (do lar e de melhor condição financeira) nada faz e vive de menosprezar o marido no âmbito familiar, se ressentindo quando ele assume a educação das crianças. Roberto e Gioconda acreditam que Renato e Gabriela teriam um caso... E isso gera o caos na vida das duas famílias, onde o plano espiritual entra em cena. (melhor resumo, não dá)
Primeiramente, preciso destacar a grande impressão que o livro me causou. Li várias (não incontáveis) vezes, e em diferentes momentos de minha vida. Podem falar o que quiser da autora, mas li dois livros dela e admito que ela e o espírito que a guiava - Lucius - sabem como emocionar e como tocar a alma das pessoas. NINGUÉM É DE NINGUÉM, enquanto livro, traz mensagens importantes de como devemos ser positivos, de como devemos compreender e aprender a entender nossa intuição, de como devemos trabalhar contra a toxicidade das relações humanas... O espiritismo tá ali, mas dá pra pegar muitas mensagens - mesmo que você seja fora do meio, mas interessado na espiritualidade. Enfim, como digo e repito: não sou espírita. Mas a leitura me fascinou e, tão logo vi o trailer do filme, quis ver e fui.
(ops, abaixo tá o trailer)
Sobre o filme, é bom avisar que, devido à demanda, tá sendo passado EM POUQUÍSSIMAS SESSÕES. E faz sentido: na sessão que assisti, tinha pouquíssima gente (menos de 20), a maioria de mulheres. Ao final do filme, ainda saí com uma senhora ao lado e trocamos impressões sobre o filme, ambas sozinhas. Ela, porque quis; eu, porque tava ciente que ninguém me acompanharia no rolê. Tá, essa parte foi só pra dar o alerta que, você querendo ver o filme, ele não está super disputado e está em horários bem tensos (de tarde, pra quem trabalha é o ó, só no fim de semana e olhe lá!)
Mas, vamos ao filme?
Pra quem não leu: O filme fala sobre um tema bastante em voga: RELACIONAMENTO ABUSIVO. Dos dois lados. No casal Roberto-Gabriela, o do homem que menospreza a mulher por ela querer trabalhar e que acredita que seus méritos são relacionados à sua aparência. No relacionamento Renato-Gioconda, por ela, ao mesmo tempo que cobra atenção para si, tenta rebaixar o marido em relação aos filhos, insinuando que ele não se preocuparia com eles. Situações onde um quer sempre "subir nas costas do outro para submergir", repetindo sempre que eles seriam SEUS, suas propriedades - sem pensar que estão apenas unidos por laços, não são posse de ninguém.
Se você não é entusiasmado na parte espiritual da coisa, garanto que a primeira parte não cai nesse ponto. Foca mais nas impressões dos personagens ciumentos e nos seus atos. Como disse, a parte espiritual começa quando Roberto apela pra intervenção. Mas, até lá, a espiral da desgraça desses relacionamentos promete muito susto e reflexão.
(AVISO: tem insinuação de violência sexual)
(AVISO: tem insinuação de violência sexual)
Sobre as atuações: A Carol Castro SIMPLESMENTE ESTÁ ÓTIMA. Você vê no rosto dela todos os sentimentos que passam: a aflição crescente, a felicidade pelo reconhecimento, as mudanças que ela passa ao longo da história... E todas são muito críveis, eu senti por ela em toda a história. Gabriela cativa.
Danton Mello, como Roberto, me surpreendeu. Sempre o vi como mocinho; então, o ver como um homem capaz de atrocidades me deixou inquieta. O modo como ele aparece carregado de ressentimento e ciúme, então... A discrepância entre o casal é clara e me deixou impressionada.
Outro ponto importante foi a questão da representatividade (SIM, DANE-SE, EU VOU FALAR DISSO). O Rocco Pitanga assumir o papel de Renato, o chefe, o homem rico, casado com uma mulher branca e com filhos negros - eu fiquei muito admirada. As crianças aparecem pouco (dos dois casais), mas eu apreciei muito ver os filhos do casal Renato-Gioconda. Mas, voltando... O Rocco fez o seu, de trazer um homem que é profissional e que se permite compreender as pessoas. A atuação dele foi discreta, em comparação com os citados anteriormente. Mas, gostei e é isso que importa.
Já a Paloma Bernardi... Achei muito mais do mesmo. E explico: na sua vida como atriz da Record, ela se acostumou a viver personagens ou com pé na vilania ou que sofrem muito por escolhas erradas (vide seu papel em "Apocalipse"). Então, por mais que eu quisesse, a sua atuação não diferiu do que ela já tinha feito na TV, embora ela tenha sido o que eu esperava da personagem que assumiu.
Então, não darei detalhes técnicos - porque não sou cinéfila, não tenho a menor pretensão e tal. Nem de caráter espírita (preciso repetir?). O filme foi até justo em introduzir o espiritismo aos poucos, para angariar maior público. Para mim, a película reforçou a necessidade de, CASO VOCÊ QUEIRA ALGUÉM PRA SUA VIDA, QUE ELA NÃO SEJA A SUA NECESSIDADE, MAS SEU PARCEIRO. Dividir a alegria e a tristeza, igualmente. Entender as demandas, sem menosprezar ou rebaixar o outro. Ser, acima de tudo, mantendo os seus ideais.
Saí do filme com isso na cabeça, e espero que a mensagem possa ser repassada. Para quem se interessou, a dica está aí.
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