segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Já tenho mais de 5 anos neste blog. É muito tempo. Tempo em que vivi muita coisa, que aprendi muita coisa, que jurei, tremi; mas sempre pequei de novo. Erros reinventados. Mortes e ressurreições espirituais. Histórias. Poesias. Desabafos nada calculados.
Tornei isso aqui o meu pequeno universo de palavras.
Se tenho almas caridosas que por aqui passam, suportam, sentem comigo, entendem - devo lhes ser muito grata! Mas se enganam quem pensa que escrevo para os outros. Escrevo pela necessidade de ser ouvida, para sufocar-me da dor e do sentimento que me sufocam.
Há um tetxo antigo, que li na cadeira de Estudos Históricos II (com o professor Antonio Paulo, um dos que mais ardem em minha memória de bons momentos históricos), cujo nome da autora não lembro... Mas ela falava que, em essência, o leitor dos seus diários seria "ele mesmo mais um dia". Casa direitinho com a minha parca definição heraclitana, de que nunca entramos no mesmo rio duas vezes... O rio tem águas renovadas, nós somos outras pessoas - ainda que, na essência, sejamos os mesmos no plano físico.
E, depende, né? A idade muda-nos. As  marcas no rosto, no corpo... Não é à toa que nós lutamos pela eterna plenitude e juventude física, o tempo todo.
Não sou nenhum remanescente de Caio Abreu. Não sou nenhuma Clarisse Lispector, nenhuma Cecília Meirelles - embora estas últimas sejam sempre uma opinião dentro das formações deste blog; me definem de alguma forma. Não sou nenhuma escritora. Quisera ser. Mas isso realmente importa? Minhas palavras são escritas aqui, aqui ficam. No geral, a maior leitora de meu blog sou eu mesma. Eu e mais um dia. Uma semana. Um mês. Um ano.
Eu escrevo para mim mesma, egoísticamente falando.
Claro que já escrevi posts dedicados à outros. Direta e indiretamente. Quantos contos já pus aqui que não houvessem personagens masculinos baseados em fatos reais? Alguns supostos, alguns como realmente tradução lírica do que houve. Nem  preciso dizer de quantos momentos citei as pessoas pela qual senti paixão, amor, desejo. Talvez, se vivéssemos em alguma ditadura - e os blogs fossem vigiados, fiscalizados - minha vida se tornaria exposta. Porque aprendi que nas piores ditaduras, a inteligência pode não ser diversificada, mas é no enfoque que atinge os resultados que lhe interessam. Seu problema são as brechas que deixam...
Mas, aos poucos, as palavras são só minhas. Sou eu quem as lembrarei daqui pra frente. Deveria lamentar? Não. E não lamento. Gosto de ver a lista de postagens e ver que alguém leu. Não espero opiniões, só quero escrever. E não minto, a vaidade de ser notada.
Mas, acima de tudo, desafogar os sentimentos. Confiar. Soltar. Minhas tentativas de suicídio são mais eficazes quando as exponho aqui, porque na vida real não me vejo corajosa.
Perceber que há mais de mim do que os outros veem. Há mais do que a boba alegre que exponho ao mundo. Porque esconder a dor não é nada fácil, mas mentir com um comportamento menor... Ah, isso é tão comum para mim!
Executo a esquisitice com maestria. Duvido que não acreditem em mim.
No fundo, sou uma pessoa torturada. Que quer caminhos, mas corre deles. Não sei se quer a vida fácil, nem a vida difícil. Na divisa entre a seriedade e a aventura. Sempre dividida. Um muro de Berlim...
A única coisa que se põe em comum é isso. É aqui. Onde eu não posso mentir.
Pois, seguindo minha máxima no blog e confirmando Renato Russo: "Mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira..."

Pura e simplesmente, esse amontoado.

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