Eu e ela somos amigas.
Na verdade, ligadas por parte de sangue,
próximas pelos 2 dias que separam nossos nascimentos,
e ligadas pela mesma primeira infância.
Quando ela perdeu a sua mãe,
minha mãe, irmã de seu pai, meio que a "adotou",
assim como ao seu irmão.
Tínhamos os mesmos sapatos,
mesmas bonecas,
mesmas roupas
(nada 100% igual, isso te digo).
Estivemos na mesma escola
(mesmo eu com os meus problemas na perna,
ter entrado um ano depois que ela),
passávamos as tardes juntas na casa de vovó,
até chegar a noite e mãinha do trabalho.
Muitas brincadeiras
("Barraca da Xícara", inúmeras variações de pega-pega),
muitos episódios de Changeman, Jaspion, Jiraya, Flashman...
Foi nas cartilhas dela onde passei minhas férias,
quando me preparei para "pular" de série
ao se darem conta de que eu já estava sabendo ler.
Foi com ela que partilhei minha formatura do ABC:
a mesma costureira, a mesma festa.
Meninas felizes de arranjos no cabelo,
vestidos e meia-calças brancas,
e lustrosos sapatinhos pretos.
No ano seguinte, mudei de escola:
perdi a companhia constante dela.
Pouco depois, ela muda de cidade,
perdi a sua proximidade...
Daí pra frente, só a vi em poucas ocasiões do ano.
E os anos passaram...
Ela foi alargando os seus horizontes:
Caruaru, Campina Grande, Natal...
Ainda a "vejo" via MSN.
Quando ela vem, se dá tempo,
a gente sai um pouco,
bebe cerveja,
enfim, se diverte.
Não há uma regularidade.
Falamos de nossa família,
de seus problemas;
e um pouco da gente...
Eu não sei mais o que ela pensa de mim.
E nem sei muito o que dizer sobre ela.
Os anos afastadas cobram o seu preço...
Mas, eu sei que a amo, um amor de anos-luz e de essência.
E confio muito nessa mulher forte que ela sempre foi,
e se revela cada dia mais...
Quem sabe, um dia desses,
a gente não se (re)descobre?
É uma esperança, não é?
Uma amiga, uma linda prima.
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