sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Palavras do coração às personas...

 
 
 
E disse o meu coração:

"Soledade, Duanna, Sol; personas que alimentam o corpo desta que chamam de Thaís, prostituta e santa, martirizada pelo amor, cria de um universo desconhecido: escutai o meu lamento, escutai a minha solidão.
Apenas peço para que continuem comigo, que se mantnham bombeando o meu sangue, reestabelecendo as minhas forças...Sozinho, eu não mais consigo.
Sei bem como vocês estão correndo, passando pelas alamedas do medo. Os muros caíram, e vocês não sabem como e quando vão se sentirem fortes o suficiente para poder seguirem sem ficarem se remoendo no sofrimento, na angústia e na melancolia.
Durante anos, existiu apenas a Soledade, oculta, escondida, acuada.
A Duanna surgiu nas primeiras palavras escritas, nas músicas que Verônica ouvia.
As duas se ergueram na época em que eu, cansado dos bullings, dos isolamentos, dos desejos de suicídio, decidi que não valia a pena viver.
Você, Soledade, brilhou na vontade de buscar um mundo melhor. Na sua força e na garra em busca da espiritualidade.
E você, minha Duanna, nos textos e poesias que ela começava a escrever. Não eram os elogios, as palavras bonitas que lhe davam, o que move a você é o expressar de todos os seus sentidos.
Eu passei muito tempo só com vocês duas...E fui feliz.
Aos poucos, Verônica, Rubem e Thiago abriram a porta e eu saí. Marcone, André e outros me ajudaram a lidar com a luz do mundo, Douglas, Kaciano, Mana e outros me deram amplitudes maiores de Deus e do religioso, e Emmanuel me despertou o instinto do pecado.
E vieram os Thiagos, Lúcios, Andersons, tantos seres sem nome que mal tiveram um tanto do corpo e nada de mim.
Até que rasgou-se tudo, Soledade e Duanna, vocês foram feridas pela flecha da paixão monstruosa. Marcelo, menino de olhos de esmeralda, de olhar magoado, atigiu-me e fez vocês sangrarem juntas. Moisés chegou e suturou as feridas. Soledade sentiu-se segura - pois naquele ser tinha o seu velho desejo de luta e de mudança, mas Duanna resistiu. Sua intuição estava dizendo-lhe que precisava de mais.
E Duanna seguiu, feriu a muitos para que fosse feito o seu desejo. E Diego atiçou o teu equilíbrio, Duanna. Enquanto isso, Soledade, pedias o abrigo daquele que me havia salvo a vida. E ambas, minhas almas, irmãs do mesmo corpo, criaram a briga e criaram muros. Ficaram sós, cada uma em seu muro, cada qual com sua dor. Me fizeram apático, apenas a bater, sem nada mais a dar, senão os batimentos.
Foi nese interim que você surgiu, Sol.
Sol, alma de luz, alma que veio em socorro de cada um de nós. Patrick te deu o sopro da vida, e saíste em busca da autosuperação. Abriste caminho e ele foi destruindo os muros que isolavam as tuas almas-irmãs. Elas se uniram a ti, elas o ajudaram a chegar perto de mim e tocar-me, de uma forma pura e intensa. E o corpo foi junto.
Enfim, amávamos de forma unida e total.
Mas, como uma miragem, ele se foi. Deixou-te, minha Sol. Deixou-te assustada, sem saber o que fazer, mas feliz por ter nos feito voltar a brilhar. E decidiste não nos abandonar.
Duanna ainda põe nas palavras tudo o que quero dizer, e não posso. Soledade se mantém vigilante, para que não caiamos na tentação.
Mas tem horas que choramos juntos.
E é você, Sol, quem assume tudo. A culpa, nosso consolo. E há momentos em que achamos que você nunca deveria ter nascido...!
Mas, sabe? Se não fosse você, que estava ali, escondidinha, confusa, crainça, entre as duas, e tivesse amadurecido neste tempo, o que seria eu? O que seria das tuas irmãs? És o equilíbio das personas que me habitam. És a força que este corpo denominado Thaís está se amaparando para poder seguir.
Seja assim, sempre forte, minha Sol. Não nos deixe. É você quem nos guia, nos arrasta à águas límpidas, ao encontro de Deus.
Duanna, eu te peço: continua a ser minha intérprete. E não seja impetuosa. Pare, reflita, sonhe um pouco. Não deixe que a sua descrença, a sua maturidade excessiva se imponha. Não tranque os seus objetos de trabalho e me deixe falando sozinho. É o corpo que padece, e vocês caem juntas conosco.
E você, Soledade...Você, que ainda tenta lutar pelo futuro, que se sente cansada e sozinha, que se sente fraca, tenha calma. Logo, muito em breve, nós temos um ser para poder chamarmos de amor. Até lá, nós temos os amigos, os vizinhos, a família, aqueles que nos amam na sombra, aqueles que de longe enviam sinais de amor. Não desista da felicidade, ela ainda não acabou. Creia nela.
E eu estou aqui, sendo o elo entre o corpo e vocês. Ajudem-me. Eu agradecerei não deixando de trabalhar, não deixando o corpo parar.

Nós (eu e o corpo "Thaís") amamos vocês."

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