quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Nesse oceano existencial, navego...



 (Texto criado a partir da audição e leitura da música “Navega Coração”, de Kleiton e Kleidir, com trechos da mesma. Desde já, obrigada aos dois, por criarem esta música que, décadas depois, serve de catarse para uma alminha desconhecida de vocês...).
A vida é um oceano longo, muito longo... Eu sou mais um a querer navegar, a querer desbravar, a querer percorrer esse longo caminho.
Escrevo esse texto, pois – mais do que nunca nesta vida – tenho a certeza de que, bem ou mal, sobreviverei à mais uma crise pessoal; e preciso que tudo o que se passa aqui dentro dessa mente seja explicitado, seja exposto. Pode ser útil, quando eu achar que não saberei seguir, quando eu resolver desistir. Pode ser a minha chance de saber que, como Fernando Pessoa bem notou, tudo vale a pena quando a alma não é pequena.
Um diário de bordo, enfim.
Nos naufrágios que o destino
Vem tentando me pregar
Vou nadando meus caminhos devagar
...
Vivo uma vida difícil... Os últimos dias tem sido do tipo “Seria melhor se você, cara Soledade, não estivesse pensando!”. Dias de muitas complicações, sendo que estas vêm daqui de dentro, não de fora de mim.
Seria maravilhoso se eu pudesse passar pelas minhas tormentas, pelas minhas tempestades rapidamente; mas essa possibilidade fica quase, se não totalmente, impossível de se ocorrer. Então, melhor será eu agir com cautela, que na vida tudo passa; pra que, enfim, brigar em desespero, ficar sofrendo desnecessariamente, me lamentar por coisas que eu já sei que não vão dar certo, que vão aporrinhar a minha vida... Vou nadar, a favor da corrente, a favor do vento, e sei que hei de chegar no meu porto seguro. Um dia...
Desde os tempos de menino
Aprendí a navegar
Com as bússolas que eu mesmo inventar...

Desde criança... Sozinha.
Minha bússola são os meus instintos, meus sentimentos mais profundos, mais arraigados em mim. É o amor que nutro pela minha família, pelos meus amigos, pelas minhas paixões (possíveis ou não), pelos meus escritos, pelas minhas filosofias insanas, por tudo o que faz com que eu seja quem sou: poesias, músicas, anseios, realidade...
Hoje eu sei as armadilhas
E os segredos desse mar
Que viver não é preciso nem será...
E quantas armadilhas já me pegaram, e quantas quase me destruíram! Quantas, meu Deus, quantas! Quantas quase me fizeram desistir da maior dádiva que Ele dá a todos – a vida. Se bem, que tal qual uma argonauta, viver não é preciso – navegar o é. Foram os segredos, foi os mistérios de se viver/navegar que salvaram esta alma errante de um naufrágio. Foi saber que, por trás de todo um problema, as soluções podem ser achadas ao alcance das nossas mãos; foi entender que, por mais que queiramos (e lutemos para tal), uma andorinha precisa de outras para criar novos verões; foi se dar conta que, quando o assunto é alguém que amamos, nem sempre tomar pra si é a melhor solução de toda a vida... Aprender tudo isso me faz, hoje, saber que vale a pena seguir – por mais dura que a droga dessa vida o seja...

Tenho os olhos no cruzeiro
As sereias como guia
E Netuno me protege noite e dia...
Sim, tenho os olhos à frente, no futuro. Minha meta, meu projeto de existir. Nada é definitivo em vida, não tenho tudo pronto – amanhã, posso mudar de ideia, sei lá? Mas, de qualquer forma (desde que seja a certa), sei que chegarei às estrelas que formam o Cruzeiro, sei que chegarei ao meu Destino – é só eu batalhar para isso!
Minhas sereias – os amores, amigos, familiares e agregados, que sempre me ajudam quando eu acho que estou me afogando no desespero, na angústia dessa porcaria de vida (se bem que, ultimamente, estou me arriscando a dar meus passos sem ajuda. Dói paca, mas vale a pena!). Se eles não existissem, com seus cantos, causos e conselhos, quem seria este ser que vos fala?
E o Deus, meu bom Deus, de tantas nomenclaturas e locais, mas o meu Deus, que ainda ouve esta pecadora, que lhe dá todas as chances possíveis dela poder chegar ao seu universo particular, de curtir momentos plenos de felicidade. Como não reconhecer tudo isso!  Como não ser grata! Como?
E nem piratas, nem borrascas nem dragões
Vão me impedir de ser feliz
De levantar a minha âncora e partir...
Taí, o mais importante de tudo o que aqui foi posto: NADA, NEM NINGUÉM (a não ser se Deus não quiser que assim o seja, claro!) HÁ DE EVITAR QUE EU SEJA FELIZ. Lutarei por isso, pois é a única coisa à qual almejo mais do que tudo neste meu existir. E lá sei se vai ser minha única chance de existência? Até agora, não tenho certeza plena da teoria de Kardec – como posso pensar em não ser feliz agora, na esperança de que, talvez em outra vida, assim o seja? Então, quero ser feliz AGORA. Apesar de ter a minha meta, de planejar o futuro, de temer os erros do passado, tenho de viver o AGORA, o HOJE, o já, para que eu, um dia, não olhe pra trás e me toque de que nada fiz, apenas fui em busca de coisas que talvez nunca saiam 100% perfeitas. O pouco que tenho, eu vou amar para sempre. Irá comigo, para onde for. Tudo o que for acontecer, vai ser pra te ensinar, já canta uma música romântica de caráter evangélico. E é isso que me levará. Tal qual Fagner em “Quem me levará sou eu”, eu levo a guia de quem souber me amar, alguém mais alto está me guiando, eu sei que sou feliz.
Com todas as minhas dores, minhas crises existenciais, minhas dúvidas, minhas contradições, minhas mágoas, minhas dificuldades de perdoar e esquecer, com tudo isso, com tudo que me é imperfeito e que me é virtuoso, eu peço para mim mesma, pra esse órgão tão falado, que bombeia a vida aqui por dentro...
Navega coração
As águas desse mar
Voa coração
Prá lá do arco-íris!
Sim, eu ainda vou chegar lá!
Não posso – e não vou – desistir!

Um comentário:

Dóriam Alves disse...

Não deixe de ler excelente artigo sobre a Lei Maria da Penha e como eu entender porque até o presente, a Lei Maria da Penha tem sido ineficaz, pois a violência doméstica e familiar tem aumentado. Acesse o blog, comente e divulgue: www.valdecyalves.blogspot.com

Será que você também aguenta esse aqui?

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...