sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Crítica literária feita para um livro que eu nunca publiquei...

Num dia desses, do nada, lembrei da primeira história que escrevi.
Tinha 16 anos. Quando comecei, que fique claro. Escrevia febrilmente minhas coisas até as portas do vestibular - meu primeiro - começarem a surgir no horizonte. Retomei e finalizei a história aos quase 18 anos, quando estava no período entre minha última aula no Ensino Médio e a primeira no curso de História, naquela coisa de "ei, eu preciso terminar isso.".
Eu não sei quando foi a última vez que o li. Que não está comigo, é fato - especialmente se foi entre 2007 a 2009, quando rolou a reforma geral em casa e muito papel velho foi eliminado. Mas, era estranho: Eu o achava já tosco (hoje, bom... Eu explico mais adiante), mas adorava reler porque era uma coisa que eu tinha ACABADO.
Que fique claro: Eu já iniciei inúmeros projetos de escrita e abandonei. Eu sou assim com o ato de escrever, desde sempre (então, dizer agora que o TCC está sendo uma dificuldade para pôr no papel não é tão exagerado assim), de ter cadernos incompletos, histórias inacabadas, espaços em branco, falhas no percurso. Isso evoluiu, porque agora conto com um pouco mais de senso literário e tive outra história fechada na vida. Mas, ainda terei esta marca.
Mas, enfim, voltando o fio da meada...
A história era o seguinte: Numa fuga temporária do orfanato, um casal de adolescentes acabam testemunhando acidentalmente um crime (que seria uma queima de arquivo de um grupo criminoso, tipo a Máfia.). Acabam sendo vistos e começa uma perseguição bem louca, que incluía roubo, sequestro, morte.
Os dois, num dado momento, acabam por se abrigar na casa de um milionário, que demonstra um apego pela menina (a essa altura, lógico, o casalzinho (no começo da história, aquele típico casal da Malhação, uma treta desgraçada pra entender que se curtia) já tava na vibe do "namorando". Bom, eles ficaram na deles, desconfiados, até os dois contarem sobre o drama deles ao velho, que preparou uma arapuca e ia matar os dois de forma que parecesse suicídio. Quase mata a menina (cortando seus pulsos e provocando um incêndio - caramba, vocês dirão, olha a novela mexicana!), mas ela é salva pelo (preciso dizer quem?).
Ela sobrevive, eles descobrem que tem parentes vivos (a menina era uma sobrevivente, quando pequena, de um desmoronamento na favela que matou sua família e é o avô materno (rico e com a velha treta com o pretendente negro e pobre) que a acha; ele perde o pai missionário e é colocado no orfanato de forma temporária, porque ele não tinha nenhum contato com os tios e a Justiça foi procurá-los. No momento em que a história ocorre, os tios o descobrem e vão atrás dele) e, por tabela, se afastam um pouco, até por conta da tensão emocional. É um último momento de tensão (um dos bandidos reaparece) que faz eles voltarem. A história tem um epílogo, que é cinco anos depois, eles se reencontrando depois de uma viagem dela.
Tinha um prólogo também. Era falando sobre a morte da família de Tiffany (olha o nome que eu dei a menina!), mas pela perspectiva da mãe dela.
Como veem, pela estrutura, fui bem exigente, né? =P
Porque bebi de algumas fontes: Marcos Rey (Sozinha no Mundo), Pollyanna, Sidney Sheldon, provavelmente as novelas com Thalia e um bocado de músicas melosas que minha mãe botava no som, algumas eu copiava o trecho, incluindo na história trilha sonora...
Hoje, eu teria duas visões distintas sobre o que escrevi.

Uma: Como eu era péssima. Vi no meu texto inúmeras situações onde faltavam coerência, que estavam super datadas, onde faltava veracidade.
Falar sobre o relacionamento de um casal,'o que eles sentiam, francamente! Eu mal tinha contato com o masculino direito, em especial recíproco (era a nerdzinha da escola que ficava de suspiros nos outros nerds ou longe do círculo de populares) para ver que, apesar de entender por dentro as coisas da paixão, as minhas reproduções de contato físico eram péssimas, tiradas de Sabrina, Bianca, Júlia. IMAGINA UMA HISTÓRIA DESSAS PUBLICADAS, BICHO! Aí surgiu "50 tons de cinza" e eu descobri que a melhor coisa que fiz foi nunca ter posto meus caderninhos pra fora do círculo de coleguinhas da escola que leram (poucos!).
Sem contar o fato datado. Hoje, pesquisa no Google, redes sociais, arquivos digitais; enfim, não dava para o contato do pai com os parentes do moleque ou a demora de meses até que houvesse o contato do Juizado com os tios (desconsideremos o fator "marasmo", por gentileza!), nem a demora do vovô em descobrir a morte da filha e a existência de uma neta - claro que, aqui, ainda dá para enrolar argumentos...
Outra coisa troncha: Em um momento, os dois vão se abrigar num hotel melhorzinho, usando um cartão de crédito que eles surrupiaram de um dos bandidos. A bandida era mulher e meio que seduzia o moleque para matá-lo... Ah, esquece, já se imagina o fim da treta, né? O que importava era que os dois tavam de frescurinha um com o outro e ela ficou, à noite, na varanda, sozinha... Quando aparece um bandido chamado Montenegro (qualquer semelhança com o nome de um professor chamar-se-á calúnia, visto que faltava anos para encontra-lo... Kkkkk). A intenção do cara era tacar a Tiffany da varanda. Mas aí aparece o carinha, eles brigam e quem cai é o homem.
ATÉ AGORA EU ME PERGUNTO: COMO DIABOS ELES SAÍRAM DE LÁ SEM QUE UM DEPOIMENTOZINHO À POLÍCIA FOSSE DADO? Porque, né, naquele contexto, ia ter policial enquadrando todo mundo (sabe o marasmo? Não cita) e talvez uma TV filmasse a cara deles. Sem contar que eram de menor e assim teriam retornado para o orfanato...
Não adianta o Antonio Candido dizer agora (leitura teórica do TCC, mores) que a literatura não deve ser pensada como um registro fiel 100% da sociedade, que há as questões estéticas em jogo... Minhas histórias da adolescência tinham um pé na Glória Perez e a ideia de "voar".
Dois: Uma coisa bem viajada que pensei, ao refletir sobre a história dos protagonistas (dei um nome comum ao cara. Comum até demais, porque eu esqueci!), que pelo menos no que seria o processo da adolescência e a passagem para a vida adulta eu tinha noção. Mas era usando o exagero de um crime e perseguição, que eu fazia isso de maneira figurativa.
Falei do relacionamento dos dois: Típica novela de Malhação, a diferença é que inverti os papéis. Ela era a popular no orfanato (quase uma escola da novela), ele era o novato. A menina que brigava com ela virou fã do cara, por ele não se dar, inicialmente, com a inimiga - portanto, ele era o crush. Já Tiffany era no gato-sapato inconsciente com quem ela achava que era o melhor amigo (por quem a rival era doida na verdade). Quando começou, era essa historinha de quadrado amoroso, orgulhinho, preconceito, nada de novo. Mas, quando o crime acontece, a coisa muda de cara. Eles perdem o interesse nas coisas de Malhação e viram ao menos cúmplices no orfanato. Lembro que a fuga no orfanato mudou as coisas e o casal rejeitado se junta, depois um papo entre as duas acaba a briga (aliás, o tal amigo dela, tornei depois um baita embuste - tal que agora me arrependo de não ter feito a ex-rival dar um pé na bunda dele e ser empoderada...).
Era, tipo, como nossa vida. Até então despreocupada até algo te acordar pro mundo e vários caminhos terão que ser trilhados, lutas serão travadas. Isso é o que faz crescer.
A mensagem subliminar talvez fosse que, na juventude, algo nos levaria a perceber o mundo e que precisávamos vencer os desafios. Com um amor do lado, seria melhor vencer. Sei lá, acho que era isso.

Mas que bom lembrar o passado. Ou melhor, o que eu fazia nele. Mas talvez o lado tosco meu nunca tenha sumido de todo... Hehehehehehe.

Um comentário:

Unknown disse...


pagi gan lkut komentar kunjungan pertama nih. salam sukses selalu. punteun yeh sanes nyepam nya ieu mah nuju usaha milarian artos kanggo ibadah k gusti allah ^-^.

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