LETRAS: A paixão, a escolha e a meta.

Apresentação de banner (meu primeiro!), na UFPB (1º/10/2013)

Me perdoem os meus amigos de História, nesse exato momento, pelo que vou dizer agora:
Eu sou de Letras. Eu nasci para Letras. Eu me encontrei em Letras.
Três afirmações potentes, e definitivas.
E, nada tardias.
Tarde seria se eu nunca tivesse a chance de falar isso, garanto.
Tive quatro marcos que me indicaram essa decisão no coração. Mas, antes disso, a indecisão do primeiro vestibular (no qual me decidi e entrei e História - e lembro que até pensei que, com a nota que entrei, poderia ter entrado em Letras... Eh, vida e suas viradas de catavento!) já dava sinais do que eu estava destinada. Lembro também do meu ex-professor de Português, meu querido Edésio - que, mesmo nas últimas visitas que fiz e ainda que ele mal me reconhecesse direito, ele sempre dizia: "Você devia ter entrado em Letras!".
E não, jamais, NUNCA vou me arrepender de ter tentado a História em minha vida. Me ensinou mais do que eu achava que aprenderia. Mais até do que eu merecia. Talvez, se eu tivesse entrado em Letras com a mesma cabeça que entrei, nos meus 18 anos de mente menina e tola (certo, isso não mudou tanto assim...), eu não teria aproveitado tanto como agora.
Tá, os "se" da questão não importam mais. O agora deve me mover.
Enfim, vamos aos marcos:

1- O ENEM e o SISU. Ao fazê-los, eu nem sabia se era capaz: fiz por fazer e movida pelos sentimentos da época (a doença da minha mãe, que me fez repensar a vida de uma forma poderosa). Mas a evolução dos fatos, a aprovação me deu uma esperança forte, estranha e fundamental. Nunca vou esquecer as palavras do meu pai: "Deus te deu uma segunda chance!". Não houve band-aid, abraços - só felicitações à distância de uns poucos. Houve meu orgulho, minha alegria - tanto na aprovação, como na matrícula... Não houve felicidade maior do que apresentar minha carteira de estudante.

A maior comprovação que pude ter de que não era ilusão.

2- O primeiro dia de aula: em meio a uma dor colossal, a de ver minha mãe internada em um hospital por 45 dias longos e dolorosos, no dia 13 de março, uma ligação da UFRPE: "Você foi remanejada. Venha hoje para o seu primeiro dia de aula". Pois é, eu que ia começar em agosto, acabei indo antes. E conheci uma turma maravilhosa, que nem eu mesma esperava. Amigos de uma intensidade descomunal, diferentes entre si, mas de uma união que dá inveja ao resto do mundo. Alguns já se foram, mas os que restam estão na luta. E, rumo ao 4º período, o "Quarto do Pânico"!
Até agora me ajudou o Senhor, e com a ajuda dos meus amigos... E até aqui, 16 cadeiras concluídas!

Porque vocês não só turma, são meu amparo e meu riso! (Letras 2012.1)

3- Pesquisa e Estágio: O lado profissional foi importante em História, mas não como agora, em Letras: quiçá a idade pesando, quiçá a vontade de crescer no que estou agora. Mas, não houve alegria tão sincera que ser selecionada no projeto do prof. André Pedro. Como também (apesar de todas as broncas) de me ver, pela primeira vez, dando aula de Língua Portuguesa - sem ser simplesmente reforço (mas, vou admitir que, se não fosse isto, nunca estaria aqui!). Foi quando me dei conta de quanto tempo eu perdi, no medo de não tentar. Mas, também, do quanto estou pronta a seguir meu destino e minha real vocação: ensinar.
Tá, neste país, ser professor é uma bela de uma porcaria. Mas, eu amo assim mesmo.

4- Hoje: Minha primeira apresentação de banner (a primeira foto prova). Foi a "prova de fogo". Eu seria capaz de seguir, de cumprir a ideia que tenho de tentar Mestrado fora de PE, de ser realmente uma profissional, uma pesquisadora também? E o hoje, o agora, me deu a luz: SIM! EU POSSO! EU QUERO! E, se Deus quiser e eu me esforçar, dure o tempo que durar, EU VOU CONSEGUIR CHEGAR LÁ!

Nunca estive tão certa do que digo: quero viver da Língua Portuguesa. Da Linguística? Da Fonética? Da Literatura? Aí são outros quinhentos. Mas, digo e repito: estou aqui, estou em Letras.
Estou apaixonada.
Fiz a escolha mais certa da minha vida.
E vou seguir minha meta!