quinta-feira, 16 de maio de 2013

Entre luzes, bocejos, papéis e sombras... 2.7

Eu devia ter sentido. Mas o tempo voou, por entre as águas das praias que eu frequentava, sozinha; da Cachoeira do Urubu, do Laguinho da UFPE... Passei 26 anos da minha vida. 
E hoje, com 27 dias e um ano, percebo que me sinto estranha.
ESTRANHA. Em maiúsculas.
E por quê isto? Deus sabe que os caminhos são tortuosos, nem sei mesmo se Ele tem alguma ideia. Voltei à Igreja, a fé é meu escudo interior de mim mesma. Até a próxima crise, as próximas lapadas do Destino, as próximas lágrimas. Isso mesmo, estou pronta para o pessimismo.
Não tenho mais, na caixa de pandora, a esperança. Acho que a deixei cair, nas vezes em que a contemplava, miúda, dentro da ampla caixa de onde saíram os males do mundo. Não sei.Só sei que ando desistindo de acreditar, de amar além do que já amo, de sentir algum tipo de confiança posterior em relação às pessoas. Já falhei com a minha intuição uma vez, com uma sereia de faces cínicas, de obsessão infernal e de caráter duvidoso demais para pregar a "indecência" dos outros.
Fechei a porta. Quem está aqui dentro, fica. Quiser sair, saia. Deixará um espaço aberto, doído, desagradável. Mas só posso desistir e demolir esta casa se ela estiver de fato e direito vazia.
E não posso acreditar nisso.
Sinto-me triste. Coletei palavras do passado, na certeza de que, no coração do escritor, ele repetiria as mesmas palavras. Eu sei, eu sinto, e de nada adianta que sua opressora o cerque de muros! Não sou concorrência para ela, nunca fui; mas sempre fui sincera - e foda-se se não acredita! Aliás, espero mesmo que seu espírito inseguro não esteja ainda me fuçando. É insuportável sentir, em meu mundo, pessoas sem amor-próprio.
Enfim, vivo de indiretas. Ironias. Foras. Tenho endurecido o peito, enfiado tudo adentro - e sem cuspe para aliviar a coisa.
Revejo fotos. Preciso de uma para colocar num porta-retrato de rosas vermelhas (como Dona Verônica acerta?), e é como se eu revisse tudo. Sentisse. Sonhasse com um futuro que, de certa forma, será como uma fuga. De um momento que serei proibida de presenciar, de uma história incompleta e que não tem previsão de futuro, de uma solidão de um santo de casa. Vislumbro promessas de diversões, noites, risos, passeios - mas responsabilidades também! Dois eventos simultâneos, uma revisão de texto...
Não será fácil. Só será um descanso de oito dias.
Ao mesmo tempo, pessoas me tiram um sorriso. Pouquinhas, me fazem chorar. Outras, me emocionam por dentro, eu bancando a fria e indiferente. 
Eu ainda amo tudo que me é escrito. Mandado. Mas não sei se quero voltar a acreditar. Sinto-me melhor assim.
Amigos para amar, trabalhos para exercer, um corpo para se eu sentir necessidade, minhas palavras para não enlouquecer de vez. E a solidão, que sempre estará presa em mim, pobre alma dividida entre o conservadorismo e a aventura. É isso mesmo, tá no meu mapa astral.

Falta pouco tempo, preciso voltar pra casa. Provas a fazer. Silêncio de dias. Sono, de acordar cedo e tentar restabelecer o tempo para as aulas noturnas. 6 cadeiras daqui até setembro. A promessa do Rio de janeiro, cada vez mais perto. E a irmã à espera. E a estrela trocando trabalho por um tour. E a voz do além decidida a voltar a me acordar.
E, das sombras, uma criança nascerá. Antes ou depois? Não importa. Ela estará em minhas orações. Ainda não sei perdoar, mas até pela mulher eu rezo. Porque eu não a perdoaria se ela... Se ela...

E chegou os 2.7., Soledade. A idade eterna de Cobain, Joplin, Morrison, e tantos outros...
Sigamos, assim mesmo. E que Deus me ajude.

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