sábado, 27 de abril de 2013

Falta equilíbrio.



Não consigo deixar de chorar.
Fui forte, consegui parar por uma hora e meia e enviar trabalhos da faculdade.
Porque, apesar de tudo, eu sei que sou forte.
Até o momento em que me vejo, mais uma vez, caindo, caindo...

Eu tento não cair tanto.
Eu tento.
É quase impossível.
Eu não quero me sentir tão sozinha.
Tão desamparada.
Estou cansada de tudo.
Em alguns momentos, até mesmo de todos.
Queria, por favor, morrer.
E, puta que pariu, até isso não posso!

As leis me obrigam a estar viva, me trajar de felicidade, de fingir, e de esperar que tudo seja bom, quando majoritariamente não o é.
Estou sozinha e eu bem sei disso.
Não tentem me enganar, minhas almas caridosas. Vocês estão aí, na frente de suas telas, em seus mundos, quiçá iguais ou melhores que o meu. Mas peço a Deus que não seja pior, ninguém merece.

Nem ver minha mãe melhor me faz feliz.
Não consigo confiar em ninguém.
Aliás, desde quando confiei?
Talvez, só quando aprendi a amar. Algumas pessoas. Mas mesmo estas pessoas se vão. Por vontades que não são minhas, por meu próprio querer. Mas, elas aceitam e se vão.
Não me resta nada.
Eu sei disso.

Mas tantos erros cometi pela vida por nunca confiar nem mesmo na minha própria família. Na conversa dúbia dos meus parentes. Na forma de amar ausente e desigual dos meus pais.
Não sou culpada sozinha da minha doença... Ou da minha ruindade, como ouvi a minha mãe dizer. Ou drama. Mas nunca, para ela - eu sei o que falo! - isso pode ser uma depressão, um sinal de mal maior.
Um sinal de que, mais dia, menos dia, posso ir para o mesmo caminho que o dela. Antes, ainda, que ela.
Não tenho ilusões.
Nem mesmo escrever consigo. Não consigo escrever uma linha que não tenha dor em volta. Até queria, que seria fácil enfrentar. Mas nem as palavras colaboram comigo.
Me vejo perdendo o rumo - de vez - da minha vida.
Mas tiro boas notas.
Mas consigo passar de semestre.
Mas estou com alguns amigos na faculdade.
Mas estou recomeçando, e assim termino um ano letivo, enfim.

... Mas não me sinto feliz.
Não consigo sorrir mais do que o necessário.

Deus, me abraça porque falta alguém, aqui e agora, que possa me abraçar.
Me dá um caminho.
Porque sozinha fui até hoje, e agora, não sei nem o que fazer.
Já quase alcancei o precipício.
Já quase caí no abismo.
Já me puseram para longe. As leis me proíbem de pular.
Tento tudo o possível. Não consigo.
Desisto, sangro.
Ontem, busquei remédios para converter uma noite de lágrimas em sono profundo.
Nada.
Ficou a úmida insônia.
Ficou a ideia fixa.

A solidão por longo período.
Não quero ver ninguém.
Não quero pensar em ninguém.
Não quero nada de ninguém.
Só quero curtir o que sempre vivi sem pedir, que me deram a vida toda: a solidão.



"I laughed and shook his hand, and made my way back home
I searched from form and land, for years and years I roamed
I gazed the gazeless stare at all the millions hills
I must have died alone, a long long time ago..."

(Nirvana - The Man Who Sold The World)


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