terça-feira, 3 de julho de 2012

Foi por amar.


Foi por amar
Que ela iô iô iô
Se amasiou com a tal solidão do lugar.

A solidão está aqui. Hoje. Estou tão só, e ao mesmo tempo não estou. Não consigo falar com meus amigos virtuais, não consigo nem ao menos pensar sem  deixar que os sentimentos voltem à face que me desdenha sem ao menos agir. É, o desdenhar da indiferença me mata. Não, não me mata. Porque não escolhi morrer. Não quero morrer; há muito em jogo na decisão de cortar a existência.

Temo não ser perdoada pelos poucos que realmente me tem amor.

Prefiro continuar vivendo, chorando, me matando em vícios, mas imersa na solidão. Quero ficar neste altar. Orando pelo amor que perdi, evitando qualquer outro ser que se aproxime de mim, sempre sufocando a dor em qualquer outra coisa que me faça esquecer. Quero continuar seguindo pelo mundo. Quero cometer o suicídio mais raro, menos usado, mais doloso e talvez o menos eficaz: continuar vivendo. Sofrendo. Amando...

Foi por amar
Que ela iô iô iô
Só pecou nas noites de sonho ao gozar.

O gozo. Sonhos que me perseguem. A face dele me persegue todos os dias. Durmo pensando nele. Acordo pensando nele. O culpo por minha dor, e o perdoo sabendo que, na verdade, ele nunca foi de todo culpado. Entendo-o, aceito-o. Nas lágrimas que rolam, está a alegria de noites agora enfileiradas na estante do passado. Longas noites. Doces noites. Frágeis dias. Cálidos abraços. Tantas lembranças...

E me vejo só. Ligando todos os dias, com um ciúme feroz, um medo. De perder o que já perdi. De ter amor por quem só me chega por pena, por desejo. Não mais por amor. Tentar decifrar cada gesto e palavra, e descobrir que nunca verei o que queria que existisse. Tenho tanta saudade... Porque, Deus meu, ele não escuta? Não ouve meu clamor silencioso?

Foi por amar
Que ela iô iô iô
Só ficou só
Ele a deixou
Só ficará... hum! Foi por amar!

É quando a noite cai, quando me fecho, que a dor surge. Não há jogos, pessoas on-line, cigarros, mãe e suas comidas, nada! Que me faça consolar-me. Eu, por mais que eu acredite, estou só num amor que não vejo esperança, num amor que faz tanto tempo que sinto... E que eu NUNCA esqueci.

Mas, quem se importa?

Amigos insistem que eu não estou sozinha... O problema é: com esse amor que carrego, eu estou sozinha. Não sei, não posso compartilhá-lo com eles; só com a pessoa certa. E ela nunca está aqui...

Era um lugar
Era iô iô iô
Seixo que gastou de tanto esperar.
Louca a gritar
Ela iô iô iô
Esquecer, quem há de esquecer
O sol dessa tarde... hum! Sol a gritar.

Eu prefiro seguir assim.
Sem ele, prefiro não existir.
Mas, não quero existir... Dessa forma: seguindo.

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