sexta-feira, 27 de abril de 2012

...



Está frio... Não sinto as extremidades do meu corpo.
Estão geladas. Paralisadas.
As lágrimas caem, eu sinto uma dor tão forte no peito.
Peço a morte, mas ninguém me escuta.
É uma tortura.
Meu corpo está dilacerado, caocos de vidro pontiagudos
encravados no corpo, ferindo a cada movimento.
Sangrando internamente.
Hemorragia.
Eu sangro as lágrimas do meu desespero,
palavras amaldiçoadoras, desvairadas.
Sou um Mercúcio, à beira da morte.
"Que uma praga dizime as duas famílias!"
Mas, que uma praga me dizime.
É o que eu peço.
Era o meu sonho e a minha ilusão.

Estou no chão, estou gelada.
Mas não estou morta.
Onde estão os vidros? Onde está a dor?
Meras ilusões melancólicas.
A janela está aberta, o vento alcança o quarto.
É apenas rotina.
É apenas uma noite escura como tantas outras.
Cruel. Solitária. Desesperadora.
Minha morte? Esqueçam.
Nada do que eu quero me é dado;
tudo o que eu não queria me é poupado.
Exemplo: a vida.
Eu apenas me sinto viva por conveniência...
Me deixem ir! me deixem morrer!

Apenas quero que o frio tome o meu corpo. Definitivamente.

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