terça-feira, 19 de outubro de 2010



Nada digo, nada vejo, nada falo; só sinto.




Fecho os meus olhos, e ainda tenho a impressão que tu estás aqui.
Que tudo continua, que nada teve fim.
Que meus sentimentos melhores ainda advém de ti,
e que a dor que sinto nada mais é do que ilusão.
Ah, doce sonho que parece tudo esquecer;
ah, nobre cilada à qual me entreguei sem pensar!
Torno a abrir os olhos, e nada mais consigo ver.
A poeira te arrancou-me, ou tudo apenas um sonho foi?

As lembranças são nebulosas, nesta vida corrida
- exististe de fato, ou eu é que caí numa loucura vã?
Pois sozinha, eu duvido que essa história foi vivida,
duvido da minha sanidade, de tudo o que sinto...
Sim, estou sozinha - e, agora acordada,
sinto a dor de um sonho interrompido na melhor parte;
sinto a alma sangrar, tão triste e escancarada,
por não acreditar que tudo o que passamos foi mesmo real...

Tu, a imagem do que eu achava minha idealização,
o homem tão tenro, vivo, tão próximo do meu ser;
és humano ou só vives em meu coração?
Ah, alma minha que duvida de mim mesma!
Ah, realidade que me faz perder-me do sonhar!
Minha lágrima, ilusão ou verdade será?
Houve mesmo a ti, eu realmente estive a te amar?
Nos sonhos existes, mas meus olhos abertos já não te vêem mais!

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